quinta-feira, 30 de abril de 2009

Gripe mexicana

O número de casos nos EUA já subiu para 91 tendo surgido a primeira morte (ao que parece uma criança mexicana que estava a ser tratada no Texas) e o número de casos em todo o mundo continua a subir (em Espanha já serão 10 havendo ainda mais(?) 70 casos a ser investigados) e a OMS elevou o nível de alerta de pandemia de gripe para o nível 5 que de acordo com a escala da própria OMS "Phase 5 is characterized by human-to-human spread of the virus into at least two countries in one WHO region. While most countries will not be affected at this stage, the declaration of Phase 5 is a strong signal that a pandemic is imminent and that the time to finalize the organization, communication, and implementation of the planned mitigation measures is short."

Note-se que esta declaração é sobretudo um sinal para os governos e serviços de saúde estarem em alerta. Com efeito,embora o aumento do número de casos parece estar a acelerar (pelo menos fora do México), o que é preocupante, e exista um elevado nível de incerteza quanto aos níveis de mortalidade, aparentemente o vírus é susceptível a alguns dos medicamentos anti-virais (oseltamivir and zanamivir) disponíveis o que constitui, apesar do risco de mutações, um elemento tranquilizador.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Sentimento económico recupera

Os indicadores de sentimento económico hoje divulgados indicam um aumento de 3.5 pontos na União Europeia e de 2.5 na zona euro. Por sectores esta subida resultou de uma recuperação da confiança na indústria e dos consumidores e, em menor grau, dos serviços. Enquanto a confirnaça dos retalhistas melhorou na União Europeia mas piorou na zona euro e na construção verificou-se um novo declíneo da confiança. Por países cabe realçar o facto de se ter verificado uma recuperação em todos os grandes países: Itália (+6,4 pontos), Reino Unido (+5,1), Países Baixos (+4,2), Espanha (+3,8), Polónia (+3,8), França (+1,0) e Alemanha (+0,8). E o indicador apenas caiu em 6 dos 26 Estados-membros (continuam a não existir dados relativos à Irlanda) com destaque para a Eslovénia (-6,4 pontos), Portugal (-5,1) e Bulgária (-4,3). De notar que a queda em Portugal se deveu à evolução bastante negativa da confiança na indústria e, em menor grau, no comércio a retalho.

PIB nos EUA cai 6,1% no primeiro trimestre

O PIB nos EUA terá caído cerca de 6,1% (taxa anualizada) no primeiro trimestre. Primeiro as más notícias: as exportações e o investimento não residencial terão registado uma queda vertiginosa de 30% e de 37,9%, respectivamente, enquanto o investimento residencial caiu 38%. Há no entanto, alguns sinais positivos, designadamente a subida de 2,2% do consumo e sobretudo o facto de parte da queda ser atribuível a uma redução dos stocks (-1o3 mil milhões), sendo de assinalar que as "vendas" finais caíram "apenas" 3,4% (no trimestre anterior tinham caído 6,2%).

terça-feira, 28 de abril de 2009

Gripe mexicana

O número de casos continua a crescer consideravelmente estando já confirmadas 64 infecções nos EUA e trata-se de uma situação que revela a velocidade com que uma eventual pandemia de gripe se pode difundir e obviamente deve ser acompanhada com todo o cuidado. Apesar disso está a gerar-se um clima de frenesim informativo alarmista que parece francamente injustificado. Apesar de tudo esse frenesim parece ser pior nos EUA.

Indice Case-Shiller

O índice Case-Shiller revela que o preço das casas nas 20 maiores metrópoles dos EUA caiu em Fevereiro 2,17%, elevando-se a queda anual a 18,63%. Apesar de bastante negativos são valores ligeiramente melhores do que os registados no mês anterior. Num dia em que foi divulgado que a confiança dos consumidores também está a dar sinais de recuperação. Os sinais são contudo ainda bastante ténues pois 45,7% dos consumidores continuam a classificar a situação actual como "má" (no mês passado eram 51%) e apenas 7,6% consideram a situação "boa" (6,9% no mês anterior) e 25,3% consideram que a situação irá "piorar" (37,8% no mês anterior) contra apenas 15,9% que consideram que irá "melhorar" (9.6% no mês anterior).
O mero facto destes dados serem considerados positivos é revelador da situação dificil que a economia atravessa.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Gripe suína (II)

O número de casos continuar a aumentar com 40 casos identificados nos EUA e ao que parece 1 em Espanha e 2 no Reino Unido (El Pais) enquanto que o número de mortos no México já ascenderá aos 149 em cerca de 1600 casos. A crer nestes números a taxa de mortalidade situar-se-ia acima dos 9% o que corresponde a uma taxa elevadissima. No entanto o facto de aparentemente os casos nos EUA serem ligeiros parece apontar para que a taxa de mortalidade "real" seja significativamente inferior, o que poderá ficar a dever-se ao número de pessoas afectadas no México ser bastante superior aos casos identificados.

domingo, 26 de abril de 2009

A gripe suína

O surto de gripe suína que está a afectar o México tem aparentemente uma taxa de mortalidade elevada (68 óbitos em cerca de 1000 casos). De acordo com a informação oficial dos EUA já existem pelo menos 8 casos confirmados nos EUA (6 na Califórnia e 2 no Texas) e parece ter o potencial para se tornar numa ameaça preocupante à saúde pública.

Link para a OMS
Site Effect Measure

sábado, 25 de abril de 2009

Endividamento externo

De acordo com as estimantivas divulgadas pelo Banco de Portugal, no final de 2008, a posição líquida dos residentes face ao exterior ascendia a -161,5 mil milhões de euros, o que corresponde a cerca de 97,2% do PIB (uma subida de 6 pp do que no mês homólogo).

Bens duradouros e vendas de casas

Os dados relativos às encomendas de bens duradouros nos EUA foram relativamente desanimadores. Não só pela quebra nas encomendas no mês de Março de 0,8% (a taxa de variação homóloga é -27,1%) mas prinicpalmente pela revisão dos dados relativos ao mês anterior pois de acordo com os novos dados a subida no mês anterior terá sido de 2,1% (e não 3,4%). Note-se ainda que de acordo com os dados divulgados a queda das entregas no 1º trimestre terá sido de -30,8% (em termos anualizados), ou seja superior à verificada no trimestre anterior (-28,2%), sendo a evolução particularmente negativa no que se refere aos bens de investimento cujas entregas cairam neste trimestre 34,9% (contra 15,5% no trimestre anterior) com a agravante das encomendas terem caído ainda mais (-41,7% contra 36,5% no trimestre anterior).
Por sua vez, os dados relativos à venda de casas novas revelam uma queda face ao trimestre anterior de 34,8%, surgindo como factor ligeiramente positivo o facto do stock de casas à venda ter caído a um ritmo ligeiramente superior (-37,4%). Note-se no entanto que o stock de casas para venda corresponde a 10,5 meses de vendas o que é em termos históricos um valor muito elevado (a média histórica anda pelos 6 meses).
Em suma, a evolução do investimento no primeiro trimestre terá continuado a ser extremamente negativa, havendo apenas alguns sinais relativamente ténues de uma estabilização quando olhamos para a evolução dos últimos dois meses face a Janeiro (que tinha sido um mês verdadeiramente terrível).

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Previsões do FMI

De acordo com as previsões do FMI o PIB português deverá cair 4,1% em 2009 e 0,5% em 2010, em linha com o comportamento previsto para a zona euro (-4,2% em 2009 e -0,4% em 2010). Mas as más notícias não se ficam por aqui, pois o mesmo organismo prevê que o desemprego atinja os 9,6% em 2009 e 10,9% em 2010 e que o défice público se situe nos 5,9% em 2009 e 6,0% em 2010. E o cenário para os anos subsequentes também não é particularmente animador apontando para um crescimento de apenas 1% em 2011 e 1,5% em 2012-2014.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Relatório de Estabilidade Financeira do FMI

O relatório de Estabilidade Financeira do FMI indica que as perdas no sector bancário poderão ascender a cerca de 2,8 milhões de milhões suportados por bancos (dos quais apenas um terço terão sido já reconhecidas). Ainda de acordo com este relatório as necessidades adicionais de capital dos bancos poderão asecnder a 500 mil milhões nos EUA, 725 mil milhões na zona euro, 250 mil milhões no Reino Unido e 225 mil milhões na Dinamarca, Suíça, Suécia, Noruega e Islândia.

Solvência fiscal ?

Lido no Wall Street Journal:

"Some economies have no choice but to cut wages if they want to stay in the euro zone. Spain, Ireland, Greece and Italy have to do so if they are to regain competitiveness. If they don't, investors may fear that their growth prospects will be permanently handicapped, raising questions about their fiscal solvency."

O autor não menicona Portugal mas, entretanto, a DGO informou que no primeiro trimestre as receitas fiscais do Estado ficaram 12,3% abaixo das registadas no período homólogo, com a queda do IVA a atingir 20,3%, o Imposto sobre Veículos a cair mais de 25% e o imposto sobre os combustíveis mais de 13%. Há alguns factores conjunturais que ajudam a explicar parte da quebra do IVA, nomeadamente a redução da taxa e um aumento dos reembolsos, mas apesar disso é preocupante que o défice do sector Estado tenha aumentado mais de mil milhões de euros. A que, infelizmente, haverá ainda que acrescer a redução de quase 200 milhões de euros no saldo da segurança social.

sábado, 18 de abril de 2009

Construção nos EUA e confiança dos consumidores

Os dados relativos à construção nos EUA indicam uma ligeira deterioração da situação no mês de Março. A boa notícia é que considerando os níveis dos últimos três meses se nota alguma estabilização da actividade embora a níveis muito fracos (para se ter uma ideia correspondem a cerca de um terço da média histórica desde 1959 quando a poupulação cresceu significativamente neste período). O mesmo parece estar a suceder com o nível de confiança dos consumidores que de acordo com os dados preliminares divulgados terá subido mais de 4 pontos.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Produção industrial na Europa regista queda substancial

A produção industrial na zona euro voltou a cair em Fevereiro (-2,3%) elevando-se a queda homologa a 18,4%. Por sectores as quedas são significativas nos sectores de bens de capital (-24,7%) e bens de consumo duradouros (-22,1%).

Inflação na zona euro desce para 0,6%

A taxa de inflação homóloga na zona euro desceu para 0,6%. Embora a queda seja em boa medida atribuível à evolução dos preços da energia (-8,1%) a verdade é a que mesmo excluindo essa componente e os bens alimentares a taxa de inflação homologa tem vindo a cair substancialmente situando-se agora em 1,5%, pelo que começa a surgir um gap importante face ao objectivo de "abaixo mas perto dos 2%" definido pelo BCE. Entre os países da zona euro quatro apresentam variações homólogas negativas (Irlanda: -0,7%, Portugal: -0,6%, Luxemburgo: -0,3% e Espanha: -0,1%).

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Produção industrial nos EUA

Os valores hoje divulgados pela Reserva Federal relativos à produção industrial no mês de Março apontam para uma queda de 1,5% face ao mês anterior e de 12,8% em relação ao mês homólogo, com quedas significativas em todos os grandes grupos excepto as "utilities". Note-se, ainda, a queda substancial no nível de utilização da capacidade produtiva para 69,3% que corresponde ao valor mais baixo desde 1948 e não augura nada de positivo para o investimento nos próximos trimestres. Realce-se, ainda, que em termos anualizados a quebra da produção industrial no primeiro trimestre terá ascendido a cerca de 20% excedendo o valor correspondente no 4.º trimestre de 2008 (-12,7%).

Projecções do Banco de Portugal

O Banco de Portugal divulgou hoje (melhor ontem) um novo conjunto de projecções para a economia portuguesa que, infelizmente, como seria não são nada animadoras. Assim o PIB deverá cair 3,5% resultado da redução da FBCF de 14,4% (em 2008 caiu 1,7%) e de 0,9% no consumo privado, enquanto as exportações deverão reduzir-se em 14,2% e as importações em 11,7% o que corresponde ainda assim um contributo positivo das exportações líquidas de 0,3 pp. Note-se, ainda, que de acordo com as projecções agora avançadas os preços no consumidor deverão reduzir-se em -0,2%. Um sinal da dimensão da actual crise é o valor apontado para a redução da procura externa dirigida às empresas portuguesas em 2009 que se situa em -12,9%.

Recorde-se que no Programa de Estabilidade a projecção do PIB para 2009 era de -0,8%, o que significa que o défice orçamental se deverá situar significativamente acima dos 3,3% então projectados.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Riscos de deflação ?

O INE divulgou ontem o indice de preços relativo ao mês de Março que aponta para uma variação homóloga de -0,4%. Por classes destacam-se as reduções nos Transportes (-5,7%), Comunicações (-1,9%), Lazer, recreação e cultura (-1,7%), Saúde (-1,1%), Produtos alimentares e vestuário e calçado (-0,5%). Enquanto que, em termos homólogos, a classe cujos preços mais subiram foi a da educação (+3,5%) seguida das bebidas alcoolicas e tabaco (+3,2%). Note-se que em Fevereiro Portugal situava-se, juntamente com a Irlanda e a Espanha, no grupo de países com inflação mais baixa. Será que depois de anos consecutivos em que os preços subiram mais rapidamente na periferia face ao centro poderemos assistir ao fenómeno inverso com taxas de inflação mais baixas nestes países face à média da União Europeia ?

Vendas a retalho nos EUA

Os valores hoje divulgados relativamente às vendas a retalho em Março indicam uma queda face ao mes anterior. Este resultado contraria a ligeira recuperação constatada em Janeiro e Fevereiro e mais importante, embora o nível seja superior ao de Dezembro, a queda foi relativamente generalizada (embora afectando particularmente as vendas de equipamento electrónico). Em termos homólogos a redução das vendas situa-se nos 9,4% (6,3% excluindo as vendas de gasolina).

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Pior do que 1929 ?

Num artigo do dia 6 Eichengreen e O'Rourke comparam a actual crise com a de 1929, concluindo que a nível global a quebra da produção industrial, dos mercados bolsistas e do comércio internacional estará a ser mais rápida que a então verificada, apontando como ponto positivo o facto das respostas da política monetária e orçamental estarem a ser bastante mais activas.

Desemprego nos EUA

Em Março a taxa de desemprego nos EUA subiu 0,46 pp, atingindo os 8,5% (uma subida de 3,5 pp face ao período homólogo). O número de desempregados ultrapassou a marca dos 13 milhões.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Vendas de automóveis e novas encomendas recuperam

Os dados relativos às vendas de automóveis nos EUA revelam alguma recuperação relativamente aos valores registados nos meses anteriores o mesmo sucedendo com os dados relativos às novas encomendas à indústria hoje divulgados (subida de 3,5% em Fevereiro). Mais dois sinais de estabilização da actividade económica nos EUA.

BCE volta a descer taxas de juro

O BCE desceu as taxas de juro mais 0,25 pp. Com esta descida a taxa da facilidade permanente de depósito situa-se nos 0,25% pelo que descidas posteriores da taxa de refinanciamento que agora se situa em 1,25% deverão implicar uma redução da diferença entre estas duas taxas, o que significa que a margem de manobra para a política monetária dita convencional está praticamente esgotada.

G-20

Na sua declaração o G-20 anuncia 1,1 milhões de milhões de USD para combater a crise reforçando significativamente os meios disponíveis para o FMI auxiliar os países em dificuldade que haviam sido exauridos pelas anteriores intervenções.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

ISM

O ISM que mede a confiança na industria dos EUA, embora em níveis ainda muito negativos, aumentou ligeiramente para 36,3 (o 3.º mês consecutivo de subida), sendo de realçar a recuperação significativa na componente novas encomendas (que apesar disso ainda indica uma contracção). Estes dados confirmam a tendência indicada pelos últimos indicadores de que o ritmo de contração da economia americana está a reduzir-se.