Os números ontem divulgados pelo
INE indicam que no segundo trimestre a taxa de desemprego se situou nos 16,4%,
o que corresponde a uma descida de 1,3 pontos percentuais (p.p.) face ao
trimestre anterior e um aumento de 1,4 p.p. face ao 2.º trimestre de 2012.
Embora o 2.º trimestre seja
habitualmente favorável – desde 1998 a taxa de desemprego apenas não desceu no
2.º trimestre em três anos (2002, 2009 e 2012) – a verdade é que para além do
facto de ter interrompido uma série de 8 trimestres de aumentos sucessivos da
taxa de desemprego este resultado surpreende pela sua dimensão na medida em que
a descida média da taxa de desemprego desde 1998 era de apenas 0,3 p.p.
È de assinalar que esta evolução
se encontra associada à criação de 72,4 mil empregos. E, muito embora o emprego
suba tradicionalmente no 2.º trimestre a verdade – desde 1998 as exceções foram
2009 e 2010 – a verdade é que o número de empregos criados corresponde a cerca
do triplo dos criados no mesmo trimestre de 2012 em 2011.
Os empregados por conta própria
aumentaram 27,4 mil enquanto que os empregados por conta de outrem registaram
um aumento de 40,6 mil sendo que 37,1 mil correspondem a contratados com termo
e 9,4 mil a contratados sem termo.
Em termos setoriais, como destacado em várias análises, aproximadamente dois terços dos empregos criado (46,2 mil) provieram da agricultura, o que representa um valor aparentemente anómalo e tanto mais surpreendente quanto nos últimos trimestres se tinha verificado uma descida que também não parecia fácil de explicar (66,9 mil em termos acumulados), o que recomenda particular prudência na análise destes dados. É, no entanto, de salientar que a criação de 33 mil postos de trabalho no setor dos serviços constitui um indicador de que a fase de maior quebra do emprego pode estar a ser ultrapassada.
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