quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Evolução da taxa de desemprego – 2.º trimestre 2013


Os números ontem divulgados pelo INE indicam que no segundo trimestre a taxa de desemprego se situou nos 16,4%, o que corresponde a uma descida de 1,3 pontos percentuais (p.p.) face ao trimestre anterior e um aumento de 1,4 p.p. face ao 2.º trimestre de 2012.

Embora o 2.º trimestre seja habitualmente favorável – desde 1998 a taxa de desemprego apenas não desceu no 2.º trimestre em três anos (2002, 2009 e 2012) – a verdade é que para além do facto de ter interrompido uma série de 8 trimestres de aumentos sucessivos da taxa de desemprego este resultado surpreende pela sua dimensão na medida em que a descida média da taxa de desemprego desde 1998 era de apenas 0,3 p.p.

È de assinalar que esta evolução se encontra associada à criação de 72,4 mil empregos. E, muito embora o emprego suba tradicionalmente no 2.º trimestre a verdade – desde 1998 as exceções foram 2009 e 2010 – a verdade é que o número de empregos criados corresponde a cerca do triplo dos criados no mesmo trimestre de 2012 em 2011.

Os empregados por conta própria aumentaram 27,4 mil enquanto que os empregados por conta de outrem registaram um aumento de 40,6 mil sendo que 37,1 mil correspondem a contratados com termo e 9,4 mil a contratados sem termo.
 
Em termos setoriais, como destacado em várias análises, aproximadamente dois terços dos empregos criado (46,2 mil) provieram da agricultura, o que representa um valor aparentemente anómalo e tanto mais surpreendente quanto nos últimos trimestres se tinha verificado uma descida que também não parecia fácil de explicar (66,9 mil em termos acumulados), o que recomenda particular prudência na análise destes dados. É, no entanto, de salientar que a criação de 33 mil postos de trabalho no setor dos serviços constitui um indicador de que a fase de maior quebra do emprego pode estar a ser ultrapassada.

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