Num dia em que se multiplicaram as notícias sobre os planos para salvar a zona euro, a verdade é que as soluções para a estabilização da situação económica e financeira são basicamente duas: i) evitar o default das dívidas soberanas ou ii) recapitalizar os bancos.
Qualquer destas opções pode ser combinada de diversas formas (por exemplo através de um haircut da dívida pública grega acompanhado por uma recapitalização dos bancos que compense as perdas de capital daí decorrentes e pela garantia firme e credível de que os restantes países da zona euro cumprirão escrupulosamente os seus compromissos), mas envolverá sempre o comprometimento substancial de recursos públicos dos países do centro e do Norte da Europa - eventualmente alavancados através do BCE - e/ou do BCE, com as inerentes dificuldades políticas daí resultantes. Mas enquanto não houverem "certezas" de que uma destas soluções será implementada a instabilidade financeira irá continuar e está a proximar-se rapidamente o momento em que os líderes europeus terão que fazer uma escolha sobre qual a combinação destas soluções que irão adoptar, sob pena de uma grave crise financeira que lançaria a Europa numa recessão (com reflexos globais) e colocaria em risco um projecto de construção europeia que está já a ser severamente abalado.
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