De acordo com o Banco de Portugal a economia portuguesa deverá contrair-se 3,5% em 2009 e 0,6% em 2010, sendo esta evolução negativa explicada pela evolução do consumo privado (-1,8% em 2009 e -0,6% em 2010) da FBCF (-14,3% e -3,8%) e das exportações (-17,7% e -0,9%). Enquanto que o consumo público deverá crescer (1,0% e 0,7%) e as importações reduzirem-se (-17,1% e -1,2%).
Como seria de esperar neste contexto a evolução prevista do emprego não é nada animadora (-2,6% em 2009 e -1,5% em 2010), que corresponderá a uma destruição de cerca de 200 mil empregos.
Permitam-me, todavia, que destaque o que no Relatório se refere a propósito da balança corrente (págs. 34 e 35): “Após um valor correspondente a 10,5% do PIB em 2008 as actuais projecções contemplam uma diminuição das necessidades de financiamento para 8,3% em 2009 seguida de um aumento para 9,6% em 2010. Esta situação é a contrapartida do desequilíbrio persistente e tendencialmente crescente entre o nível de investimento e poupança que tem caracterizado a economia portuguesa”. E crucialmente acrescenta que “As contínuas necessidades de financiamento externo têm tido como consequência uma deterioração sucessiva da posição de investimento internacional da economia portuguesa e um aumento progressivo do défice da balança de rendimentos (…) que aumentou de 2% do PIB em 2000 para 4,7% do PIB em 2008 [e] deverá continuar a registar um perfil tendencialmente ascendente ao longo do horizonte de previsão (4,8% e 5,7% em 2009 e 2010, respectivamente)”.
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