Alvaro Santos Pereira colocou no blog Portuguese Economy uma boa análise do PEC que só é pena apenas estar disponível em inglês. A tese parece ser a de que o Governo adoptou uma estratégia bastante simples: "tributar, privatizar, cortar na despesa e esperar que a economia recupere" e pergunta se isto será suficiente para resolver o que designa desequilíbrios estruturais do sector público português.
A definição da estratégia julgo que está correcta (embora a ordem dos factores seja discutivel) e concordo inteiramente com os riscos do cenário de crescimento. Não obstante, as críticas que são feitas merecem-me duas notas: i) em primeiro lugar, independentemente das medidas concretas não me parece que existissem grandes alternativas ou, talvez dito de outro modo (grandes projectos de investimento à parte e embora pense que o esforço em 2010 poderia/deveria ser um pouco superior) políticas mais restritivas do lado da despesa do que as previstas poderiam revelar-se extremamente perigosas para a estabilidade económica e social no curto prazo; e ii) os designados problemas estruturais do sector público derivam de um problema mais vasto e, infelizmente, bastante mais dificil de resolver: um problema estrutural de (falta de) competetividade da economia portuguesa.
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