Apesar da sua dimensão, a decisão de apoio financeiro à Grécia não foi suficiente para "acalmar" os mercados, continuando a existir uma forte pressão sobre as dívidas públicas grega, portuguesa e espanhola.
Netse momento existe um claro problema de credibilidade da zona euro face sobretudo à dimensão de um eventual plano de apoio financeiro a Espanha que os mercados acreditam ser incomportável. Aparentemente parecem existir poucas razões para essa desconfiança, pois se é verdade que o défice público de Espanha (-11,2% do PIB) se situa entre os mais elevados da União Europeia, na verdade a díuvida pública (53,2% do PIB em 2009) é relativamente baixa (sendo inclusive bastante inferior à da Alemanha que atinge 73,2% do PIB). Sendo de realçar que, por exemplo, o Reino Unido com um défice de -11,5% e uma dívida pública de 68,1% do PIB regista indicadores claramente piores.
O que justifica então que os mercados "ataquem" a dívida pública espanhola e não (pelo menos por enquanto) a dívida pública do Reino Unido, O problema está em que os mercados desconfiam da possibilidade de Espanha e Portugal (para já não falar da Grécia) consigam fazer os ajustamentos económicos necessários para evitar uma situação de incumprimento no contexto do "espartilho" que resulta da existência de uma moeda única e da consequente impossibilidade de desvalorizar a moeda que como refere Krugman neste artigo recente lhes retirou flexibilidade para responder aos "acontecimentos". Havendo vários economistas que profetizam mesmo um cenário de fim do euro ou, pelo menos, cenários potencialmente catastróficos.
E o pior é que esta falta de credibilidade tende a ser self-fulfilling na medida em que agrava significativamente as condições de acesso ao crédito podendo no limite colocar em risco a possibilidade de (re)financiamento da dívida pública dos países ibéricos.
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