Não foi propriamente um bom momento para criar uma ameaça de crise política. Para quem tiver dúvidas quanto ao impacto da forma como o dossier Lei das Finanças Regionais tem sido conduzido teve no que se passou hoje com a nossa dívida pública recomendo uma breve leitura pela imprensa internacional.
No FT refere-se que "Portugal came under fire in international markets, domestic political tensions rose as parliament began debating a regional finance bill that is strongly contested by the minority Socialist government. The row could result in a political crisis if the opposition parties unite to approve increased funding for the Portuguese island of Madeira, a measure vehemently oppose by the government".
Enquanto outros destacaram as declarações de Jorge Lacão. Assim, na Reuters refere-se que: "Portugal's minority Socialist government lost a key parliamentary committee vote on a bill allowing regional financial transfers which it said would add 100 million euros in debt and make it harder to cut the budget deficit. «Approval brings problems for governability and will have serious political consequences". E o Telegraph conta assim a história: "Parliament minister Jorge Lacão said the political dispute has raised fears that the country is no longer goivernable. «What is at stake is the credibility of the Portuguese state»".
Noutras alturas esta nossa disputa passaria, felizmente, despercebida lá fora, mas na actual situação correspondeu a deitar gasolina para a fogueira. A declaração do Ministro das Finanças constitui um sinal claro de que o Governo não se pretende demitir e nessa medida é positiva como factor de redução da incerteza... mas parte dos danos vai demorar a reparar. É que mesmo que se lhes diga que isto da "crise política" e da "(in)governabilidade" afinal era só a brincar não é certo que acreditem.
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