Sou suspeito porque tive a sorte de ser aluno de Vitor Constâncio que me deu a honra de aceitar orientar a minha tese de mestrado, mas do mesmo modo que isso não me impediu de o criticar em Junho do ano passado, também não me impede de me insurgir contra muitas das reacções criticando ou menorizando a sua nomeação como vice-presidente do BCE. Parecendo-me particularmente incompreensível que boa parte dessas reacções surjam nos quadrantes de esquerda dadas as posições keynesianas e pró-crescimento que (como se faz notar aqui) Constâncio tende usualmente a defender.
Independentemente da forma menos hábil com que terá gerido os dossiers BPN e BPP e dos erros políticos que possa ter cometido, nomeadamente quando aceitou em 2005 liderar um grupo de trabalho para avaliar aquele que seria o défice desse ano, além das suas inegáveis qualidades humanas e intelectuais, Vitor Constâncio é sem dúvida alguma um dos melhores macroeconomistas portugueses, cuja seriedade, pragmatismo e rigor intelectual sempre esteve acima de qualquer suspeita, e tem um currículo que fala por si, características que o tornam mais do que qualificado para exercer com distinção as suas novas tarefas no BCE, cujo Conselho já integrava em representação do Banco de Portugal e onde desde sempre foi bastante considerado.
Sem comentários:
Enviar um comentário