Da entrevista do primeiro-ministro ressalta a desvalorização da gravidade da situação económica e financeira portuguesa e a insistência na defesa do investimento público "modernizador" como resposta à crise e ao desemprego, invocando Krugman, do qual citou um post de Julho de 2009 intitulado (Deficits saved the world), mas cujos posts mais recentes e bastante pessimistas como por exemplo esta sua coluna de 14 de Fevereiro que na altura tivemos oportunidade de comentar.
Fiquei contudo perplexo por o primeiro-ministro ter afirmado a propósito do aumento do défice que o Estado "investiu em particular em barragens" invocando os investimentos no plano nacional de barragens. É que, como facilmente se pode concluir dos números oficiais apresentados aqui, não só os investimentos previstos no Programa Nacional de Barragens (mais de 2.165 milhões de euros) serão suportados pelas entidades concessiónárias e a concessão de 8 das 10 barragens incluídas nesse Plano permitem ao Estado arrecadar receitas que ascendem a quase 624 milhões de euros, tendo, portanto, um efeito positivo sobre as contas públicas.
Quanto à forma como o Governo pretende controlar o défice público até 2013 não houve novidades, tendo o primeiro-ministro remetido para a apresentação e discussão do Programa de Estabilidade e Crescimento.
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