quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O recurso ao FMI parece inevitável

No leilão de ontem o Estado Português financiou-se a 10 anos a taxas entre 6,738% e 6,846% (média ponderada de 6,806%) ou seja um valor abaixo mas próximo do tão badalado limiar dos 7%. Enquanto que na emissão a 6 anos a taxa média foi de 6,156%. O facto deste resultado que corresponde a um agravamento do custo de financiamento de 1,494 pp e 1,785 pp face aos valores verificados numa operação similar ocorrida em 25 de Agosto deste ano ter sido recebida com alívio é, por si só, bem revelador da situação adversa em que nos encontramos.

Por outro lado, a evolução das taxas de juro no mercado secundário da dívida portuguesa acentua essa preocupação. Pois, o facto do yield das OT's a 10 anos estar a atingir valores claramente superiores a 7% edos títulos irlandeses a 10 anos estarem a atingir taxas muito próximas dos 9% (!!!) significa que o Banco Central Europeu não está disposto a intervir para colocar um tecto nos custos de financiamento destas duas economias.

Neste cenário,  atendendo àquelas que serão as  nossas necessidades de financiamento previstas para 2011 e às evidentes dificuldades de financiamento dos nossos bancos em obter financiamento no exterior, o recurso ao apoio externo do FMI e do Fundo de Estabilização Europeu parece inevitável. Creio mesmo que o agravamento dos custos de financiamento tenderá a fazer com que as agências internacionais e os nossos parceiros europeus encararem essa solução como a melhor forma de  evitar o agravamento do efeito de contágio à Espanha e Itália. Por isso ou me engano muito ou o recurso a apoio externo estará por semanas senão mesmo por dias... a não ser que ocorra um milagre.

1 comentário:

Anunes disse...

Faço a mesma leitura...