A colocação ontem de 3 mil milhões de uma nova emissão de obrigãções do tesouro com vencimento em fevereiro de 2024, marcou o regresso de Portugal ao financiamento junto de mercado através de obrigações com maturidades superiores a 10 anos, constituindo mais um marco importante para o desejado regresso ao financiamento pleno junto dos mercados e para o preenchimento das condições para que Portugal possa beneficiar da intervenção do Banco Central Europeu no mercado secundário no quadro do programa "OMT".
Esta emissão beneficiou de uma conjuntura favorável propiciada quer, a nível europeu, pela descida das taxas de referência do Banco Central Europeu e pelo acordo político para a extensão do prazo de reembolso dos financiamentos concedidos no quadro do programa de assistência e financeira quer, a nível interno, pelo anúncio das medidas de compensação dos efeitos da decisão do Tribunal Constitucional e das medidas de redução estrutural da despesa pública, tendo obtido uma elevada procura com a manifestação de interesse de 369 investidores que colocaram ordens de compra superiores a 10 mil milhões de euros, sendo de assinalar que 86% desta emissão foi colocada junto de investidores internacionais.
Apesar de constituir um indiscutível sucesso, refira-se, no entanto, que o yield de 5,669% corresponde ainda a uma taxa bastante elevada para as condições atuais de mercado (o yield dos bunds a 10 anos situa-se nos 1,3%) e em que apenas 12% da emissão foi colocada junto de seguradoras e fundos de pensões.
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