sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Conjuntura económica degrada-se na União Europeia
Por países, as maiores quedas registaram-se nos países da Europa de Leste e Central, com quedas particularmente pronunciadas na Eslovénia (-29,8), Hungria (-21,7), Roménia (-12,3), Eslováquia (-11,7) e Áustria (-11,5). Pelo contrário, Itália (-1,2), França (-1,3) e Portugal (-1,7) foram os Estados com quebras menos pronunciadas. Entre os grandes países destaque ainda para as descidas no Reino Unido (-8,8), na Alemanha (-6,3) e em Espanha (-2,8), sendo que a Espanha e o Reino Unido registaram os valores mais baixos das respectivas séries.
Enquanto que por sectores é de realçar a queda nos serviços (-7,7) e na indústria (-6).
A degradação dos indicadores de confiança conjugada com as estimativas da inflação também ontem divulgadas e que apontam para uma descida da taxa de inflação de 3,2% em Outubro para 2,1% em Novembro, tornam quase certa uma nova redução significativa (pelo menos 0,5 pp) das taxas de juro de referência do BCE.
PS: Os últimos dados publicados pela Comissão Europeia relativamente à Irlanda datam de Abril (!!!), altura em que o indice de confiança na construção tinha colapsado de -46 para -69.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Os efeitos da crise sobre as relações extra-maritais
Um Plano de Recuperação para a Europa
Por outro lado o documento abre o caminho para apoios à indústria automóvel através da concessão de ajudas de Estado sob a forma de empréstimos bonificados (ou de garantias de empréstimos) para investimentos relacionados com a "protecção ambiental".
Indicadores nos EUA
As vendas de casas (novas) cairam 5% face ao mês anterior atingindo o valor mais baixo desde Janeiro de 1991. Um pequeno sinal positivo foi a queda da relação entre o número de casas para venda e as vendidas que no entanto ainda se encontra num nível muito elevado (10,6 meses de procura face a uma média histórica rondando os 6 meses).
O indicador de confiança dos consumidores voltou a cair em Novembro de 57,6 para 55,3 (a média histórica situa-se em torno dos 90 pontos).
Finalmente o BEA divulgou que o consumo nominal terá caído em Outubro 1% face a Setembro, sendo que a queda do consumo real se terá situado em cerca de 0,5% (0,8% face à média do 3º trimestre).
Os indicadores ontem divulgados apontam para uma deterioração muito significativa da situação económica dos EUA sendo provável que a queda do PIB no 4.º trimestre venha a ser a mais acentuada desde o período 1980-81.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Reserva Federal anunciou novas iniciativas
Preço dos imóveis nos EUA
Entretanto, os dados revistos divulgados ontem para o PIB indicam que no 3º trimestre o PIB dos EUA se contraiu 0,5% (taxa anualizada) com o consumo a cair 3,7% e o investimento 5,6%.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
EUA "salvam" Citigroup
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Construcão nos EUA atinge minimo desde 1959
Entretanto, a "grande" surpresa foram os dados relativos à inflacao. Não pela quebra do indice de precos em 1% face ao mês anterior, pois era previsivel uma queda face à variacão dos precos dos produtos energeticos (que terão caido cerca de 8,6% face ao mês anterior - os precos da gasolina desceram cerca de 14,2%) mas pelo facto de mesmo desconsiderando os precos da gasolina e dos bens alimentares se ter registado uma queda do indice de precos (embora de apenas 0,1%).
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Taxa de desemprego em Portugal
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Produção industrial nos EUA sobe em Outubro
sábado, 15 de novembro de 2008
Queda nas vendas a retalho nos EUA
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Zona Euro em recessão técnica
Entretanto, os dados para a inflação apontam para uma descida da inflação anual da zona euro para 3,2% (em Setemebro foi 3,6%) - excluindo o efeito dos preços da energia a inflação desceu 0,1% (de 2,6% para 2,5%). Em Portugal, a descida foi de 3,2% para 2,5%.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Paulson revê TARP
Entretanto parece cada vez mais provável a aprovação de apoios ao sector automóvel (a grande questão parece ser se os novos apoios serão - ou não - retirados dos 700 mil milhões já aprovados pelo Congresso), bem como de um estímulo fiscal que Paul Krugman defende que ascenda a cerca de 4% do PIB (ou seja cerca de 600 mil milhões de dólares)
Esclarecimento
Sou inteiramente favorável à avaliação do desempenho dos professores que considero uma ferramenta indispensável para uma boa gestão das escolas.
Agora não sou favorável a qualquer modelo de avaliação e considero que um pressuposto central do sistema de avaliação do desempenho é a utilização de um sistema de avaliação adequado no sentido em que os indicadores sejam relevantes (as variáveis medidas devem reflectir os objectivos), controláveis pelo avaliado (no sentido de que a sua acção tem uma influência muito significativa sobre o indicador), e evitar efeitos perversos (os agentes vão reagir de forma dinâmica à alteração de incentivos mas por vezes com resultados que podem ser contrários ao desejado - "diz-me o que medes, dir-te-ei o que obténs") e, além disso, o processo de avaliação não pode consumir recursos (nomeadamente humanos) de forma desproporcionada (a avaliação é um instrumento e não pode nunca ser um fim em si mesma, sendo crucial que se evitem os riscos de excessiva complexidade e burocratização).
Impõe-se, portanto, apreciar se o sistema proposto cumpre estes requisitos. E em meu entender depois de ler vários dos documentos disponibilizados pelo Ministério da Educação a minha conclusão é que o sistema actualmente em questão não cumpre satisfatoriamente nenhum destes requisitos, falhando rotundamente no capítulo da burocratização (para ilustrar esse falhanço basta ler por exemplo este documento do Conselho Científico para a Avaliação dos Professores, do qual uma excessiva vacuidade que denota uma grande indefinição relativamente a aspectos cruciais do sistema, o que é certamente fonte de muitas justificadas incertezas e receios dos docentes relativamente a todo este processo).
terça-feira, 11 de novembro de 2008
No taxation without representation
A frase já seria infeliz pela concepção da democracia que encerra mas, além disso, dificilmente poderia ter escolhido uma comparação pior. Com efeito um dos princípios fundamentais do liberalismo que remonta, pelo menos, à Declaração dos Direitos inglesa de 1689 é o de que o lançamento dos impostos depende de aprovação dos cidadãos através do parlamento. Recorde-se, aliás, que um dos slogans mais conhecidos da Revolução Americana (1755) era precisamente "No taxation without representation" e uma das justificações da Declaração da Independência a de que o Rei de Inglaterra tinha lançado impostos sem o seu consentimento. Mais, este princípio encontra-se, como não podia deixar de ser, constitucionalmente consagrado no artigo 103.º da Constituição da República Portuguesa que refere que: "(...) 2. Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes. 3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido criados nos termos da Constituição, que tenham natureza retroactiva ou cuja liquidação e cobrança se não façam nos termos da lei."
domingo, 9 de novembro de 2008
A avaliação dos professores
P: Que objectivos são considerados?
R: Os objectivos individuais são formulados com base em dimensões essenciais da actividade docente: a melhoria dos resultados escolares dos alunos; a redução do abandono escolar; o apoio prestado à aprendizagem dos alunos, incluindo aqueles com dificuldades de aprendizagem; a participação nas estruturas de orientação educativa e nos órgãos de gestão do agrupamento ou escola não agrupada; a relação com a comunidade; a formação contínua realizada; a participação e a dinamização de projectos e actividades curriculares e extracurriculares.
A falha é provavelmente minha mas não imagino muito bem como um professor pode incluir nos seus objectivos individuais "reduzir o abandono escolar" e muito menos como é que se pode medir o grau de cumprimento desse objectivo como não concebo como é que se pode atribuir objectivos para o item "a relação com a comunidade" (a não se que se meça em número de reuniões com os pais - mas se é isso porque não dizê-lo claramente). Confesso que se fosse professor não faria a minima ideia de como definir os meus objectivos individuais.
P: Quantos instrumentos de avaliação existem? É um processo muito burocrático?
R: A avaliação de desempenho prevê três fichas obrigatórias: a ficha de auto-avaliação, a ser preenchida pelo professor avaliado; a ficha de avaliação científico-pedagógica, a ser preenchida pelo professor coordenador de departamento, e a ficha de avaliação da participação em actividades escolares, a ser preenchida pela direcção executiva. Cada professor avaliado preenche, por isso, apenas uma ficha, a de auto-avaliação. As escolas têm total liberdade de elaborar outros instrumentos de registo de informação que considerem relevante para efeitos da avaliação do desempenho, que devem ser simples e claros.
P: Porque não se simplifica o processo de avaliação?
R: O sistema de avaliação procura incidir sobre todas as dimensões da actividade dos professores nas escolas. A existência de instrumentos de recolha e registo, de fichas de avaliação e de regras e procedimentos constitui uma necessidade essencial para garantia do rigor e da equidade do processo e para defesa dos avaliadores e dos avaliados.
É necessário e possível simplificar o processo de avaliação, e isso pode e deve ser feito no quadro da autonomia de cada escola.
P: Quem elabora os instrumentos de avaliação? Quem controla a qualidade das fichas?
R: Os instrumentos de registo para efeitos da avaliação do desempenho docente são elaborados e aprovados pelos Conselhos Pedagógicos das escolas, tendo em conta as recomendações que forem formuladas pelo Conselho Científico para a Avaliação de Professores. Cada escola e o conjunto dos seus professores têm, por isso, autonomia para definir o que é observado e avaliado. A qualidade das fichas é controlada pelos professores no Conselho Pedagógico.
Pela descrição, percebe-se nas entrelinhas que por comparação os planos quinquenais soviéticos (que também se baseavam em objectivos) deviam ser modelos de simplificação e desburocratização.
P: Há tempo e capacidade para todos os professores serem avaliados?
R: Sim. Existem nas escolas mais de 33 mil professores avaliadores (coordenadores de departamento e professores titulares), e o mecanismo da delegação de competências garante que cada professor avaliador avalia, no máximo, 12 professores no caso dos 2.º e 3.º ciclos do
ensino básico e secundário, e 7 professores no 1.º ciclo do ensino básico.
Não significa isto que os, pelo menos em princípio, melhores professores vão ter de dedicar uma parte substancial do seu tempo a avaliar os colegas quando poderiam (deveriam) estar a ensinar ?
P: E os professores e as escolas estão preparados para avaliar?
R: Sim. Por um lado, os professores estão bastante familiarizados com o acto de avaliar, uma vez que a avaliação dos seus alunos é uma componente essencial e permanente do seu trabalho (sic). De qualquer forma, estão a decorrer em todo o país acções de formação para avaliadores – conselhos executivos, professores coordenadores de departamento e professores titulares avaliadores. Para os professores em geral, está a ser organizada, também, formação em metodologias e técnicas de auto-avaliação.
P: Como pode um professor avaliar um outro que não seja da mesma disciplina?
R: Os departamentos curriculares integram efectivamente professores de diferentes disciplinas (por exemplo, Matemática-Ciências). Por isso, está previsto que o coordenador do departamento possa delegar num outro professor titular a avaliação do desempenho de um docente numa dada disciplina, da mesma área do professor a avaliar.
Curioso a forma como não respondem directamente às perguntas que o próprio Ministério formulou. No entanto, deduz-se que a resposta à questão é sim o que não deixa de ser surpreendente.
P: Como se mede o progresso dos resultados escolares?
R: Cabe a cada escola definir a metodologia de medição deste critério, tendo em conta os elementos facultados pelo próprio professor na ficha de auto-avaliação. As escolas têm muitos instrumentos de avaliação do progresso dos resultados escolares. Pode contabilizar-se o progresso dos resultados escolares dos alunos no ano/disciplina face ao ano lectivo anterior; o progresso das aprendizagens verificado, por exemplo, relativamente a um teste diagnóstico realizado no início do ano; a evolução dos resultados escolares dos alunos relativamente à evolução média dos mesmos alunos naquela disciplina naquele agrupamento e noutras disciplinas (do mesmo agrupamento); as classificações nas provas de avaliação externa e respectiva diferença face às classificações internas. De qualquer forma, a avaliação dos resultados é feita no contexto da escola, da disciplina ou área curricular e da turma.
Como é óbvio cada um destes critérior pode dar resultados completamente diferentes. Mas sobretudo gostava de saber como é que se escolhe entre os vários métodos a partir dos elementos facultados pelo próprio professor (e significa isso que dois professores de uma mesma cadeira numa mesma escola podem ser aferidos em função de critérios absolutamente distintos ?)
P: Considerar o progresso dos alunos vai inflacionar as notas?
R: Isso não é possível, porque não são as notas que contam, mas, sim, os progressos observados. Por outro lado, existem mecanismos que impedem a mera inflação artificial das notas: são comparados resultados dos alunos num ano com os do ano anterior, com outros alunos da mesma disciplina e com outras disciplinas da mesma turma, ou com os objectivos definidos pelas escolas.
Não percebo como é que esta resposta nos pode tranquilizar. Se um professor cujos alunos tenham 15 tiver melhor classificação do que um cujos alunos tenham 12, terá como é óbvio um incentivo para dar "melhores" notas, até porque provavelmente isso contriburá para que tenha uma melhor "relação com a comunidade".
Estão também definidos mecanismos de correcção de desvios, tendo em conta as diferenças entre classificações internas e classificações externas.
Quais ?
Esta é, aliás, uma falsa questão; que releva do desconhecimento do trabalho docente e do processo de avaliação. Desde logo porque as classificações são públicas, comparáveis, recorríveis e facilmente escrutináveis. Mas também, e principalmente, porque as notas têm de ser fundamentadas em vários elementos de avaliação aferidos e validados pelos professores e pelos órgãos de gestão pedagógica das escolas. Os conselhos de turma e os conselhos pedagógicos têm uma intervenção fundamental no controlo da avaliação dos alunos.
As coisas parecem ter mudado mesmo muito desde o tempo em que completei o secundário... De qualquer forma imagino que não seja muito normal um aluno recorrer por ter tido uma nota inflaccionada.
Além disso, o facto de os objectivos individuais e das escolas serem definidos pelos professores no seu conjunto é a principal garantia de que não há enviesamentos inflacionistas, por um lado, e de que é tido em conta o contexto socioeducativo, por outro.
Não percebo como é que os objectivos individuais são definidos pelos professores no seu conjunto e muito menos como isso garante seja o que for. Infelizmente o documento também não o explica.China anuncia pacote de 586 mil milhões de dólares
sábado, 8 de novembro de 2008
Resultados do inquérito ao sector bancário
O mesmo inquérito para Portugal revela que os bancos adoptaram uma atitude mais restritiva na concessão de crédito às empresas e particulares devido quer a restrições de balanço quer ao aumento da percepção dos riscos de crédito e aponta para uma redução considerável da procura de crédito à habitação. Além disso, uma parte considerável dos bancos inquiridos relatou dificuldades em aceder às fontes tradicionais de financiamento, sobretudo a médio-longo prazo e antecipa que essas dificuldades se mantenham ou acentuem nos próximos três meses e consideram que isso teve/terá impacto no montante e condições de crédito concedido.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Taxa de desemprego nos EUA sobe
Enquanto isso a GM, a Ford e a Chrysler parecem estar cada vez mais próximas de uma situação de ruptura.
FMI revê previsões em baixa
BCE desce a taxa de juro
Entretanto o Banco de Inglaterra reduziu a sua taxa de referência em 150 pontos base para 3,0% referindo que “In the United Kingdom, output fell sharply in the third quarter. Business surveys and reports by the Bank’s regional Agents point to continued severe contraction in the near term. Consumer spending has faltered in the face of a squeeze on household budgets and tighter credit. Residential investment has fallen sharply and the prospects for business investment have weakened. Economic conditions have also deteriorated in the UK’s main export markets”.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Buy the rumour, sell the news
Entretanto na Europa o Eurostat anunciou uma queda das vendas a retalho no mês de Setembro e em Portugal foi divulgado que as vendas de automóveis ligeiros foi em Outubro inferior em 7,0% às registadas no mesmo mês de 2007.
Obama é o 44.º Presidente dos EUA
Obama demonstrou ser um grande político de campanha. O seu discurso de ontem é excelente e a forma como o fez (mais) um exemplo das suas extraordinárias capacidades como orador e da sua capacidade para passar uma mensagem de união (devo também dizer que apesar dos seus dotes de orador não serem comparáveis também me impressionou o discurso de McCain sobretudo pela enorme sinceridade que transpareceu).
Obama enfrenta agora um novo teste, diferente e mais dificil: governar um país num cenário de crise financeira e económica, com um défice orçamental astronómico, um défice externo gigantesco (embora em queda) e dois conflitos militares. As capacidades que demonstrou possuir em campanha vão ser importantes, mas o cargo que vai ocupar exige também outras capacidades diferentes. Nomeadamente, a capacidade de se rodear de uma equipa competente, de lidar com o Congresso e o Senado (o que é sempre um exercício dificil mesmo com maioria democrata nessas duas câmaras) e sobretudo a capacidade de tomar decisões, o que significa tomar opções que, por natureza, tenderão a criar divisões e existem dois riscos: o de ficar abaixo das expectativas (talvez demasiado elevadas) criando um "efeito de ressaca" e o de não resistir à tentação de enveredar por uma política populista.
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Previsões de Outono da Comissão Europeia e ISM
Relativamente aos EUA o cenário é ainda mais sombrio: contracção do PIB até meados de 2009 resultando numa queda média anual de 0,5% em 2009 e uma subida vertiginosa do défice orçamental para 7,2% em 2009 e 9,0% em 2010. Enquanto que as previsões para o Japão (que já estará em recessão técnica) apontam para uma redução do PIB de 0,4% em 2009.
Entretanto nos EUA o inquérito à indústria transformadora (ISM) registou o valor mais baixo desde Setembro de 1982 e as vendas de automóveis terão atingido o nível mais baixo desde Fevereiro de 1983 com as vendas da GM a cairem 45% face a Outubro de 2007 (a Chrysler e a Ford registaram quedas mais "modestas" de 35% e 30% respectivamente e nem as marcas japonesas escaparam a quedas superiores a 20%). Apesar destes dados (piores que o esperado) os índices americanos resistiram bastante bem com o S&P500 a cair apenas 0,25% numa sessão surpreendetemente calma (provavelmente à espera do resultado das eleições -a Bloomberg especula quanto à possibilidade de um plano de relançamento da economia à Franklin D. Roosevelt).
Para não ser tudo negativo quer as previsões da CE quer o ISM apontam para uma redução considerável das pressões inflaccionistas.
domingo, 2 de novembro de 2008
BPN nacionalizado
PS: Entretanto, o Estado propõe-se a financiar a injectar 4 mil milhões de euros no capital dos bancos (o que corresponde a cerca de 2,4% do PIB ou seja cerca de um ano de défice) - o PCP deve estar exultante. Das declarações (tal como citadas pelo Diário económico) ressalto duas notas: 1) a referencia à concorrência internacional - o que é um ponto válido e revela um dos efeitos perversos dos sucessivos planos de apoio que têm vindo a ser anunciados a nível internacional (num quase concurso para saber quem apoia mais); 2) a contradição entre as declarações do Ministro das Finanças que diz que a medida não tem que ver com debilidades ou insuficiência das instituições nacionais e do Governador do Banco de Portugal que refere que as práticas internacionais de mercado criaram um padrão de 7% para o rácio de fundos próprios de base e recorrendo às contas do 1º semestre de 2008 vemos que o BPI tem um rácio Tier I de 7,6% e o BCP de 7,5% mas o CGD tinha um rácio de apenas 6,0% e o BES de apenas 5,9%, portanto significativamente abaixo das "práticas internacionais de mercado".
Keynesianismo e grandes projectos de investimento
1) A utilização do investimento público com efeitos expansionistas tem um grande obstáculo que resulta dos lags temporais entre a decisão de investir e as despesas de investimento. No caso concreto de Portugal os grandes projectos de investimento de que se fala tem períodos de execução muito alargados o que significa que grande parte da despesa não em 2009-201o mas após esse período ou seja, quando (espera-se) a economia já estará(ia) naturalmente em recuperação.
2) O efeito sobre o produto (e o emprego) depende em grande medida da despesa (e dos postos de trabalho directos) pelo que desse ponto de vista a construção, por exemplo, do TGV ou fazer e tapar buracos tem sensivelmente o mesmo efeito (na verdade como parte da despesa do TGV seria dirigida para importações fazer e tapar buracos teria provavelmente um efeito maior), mas naturalmente que os efeitos a médio longo prazo serão diferentes. Isto serve para dizer que mesmo numa conjuntura recessiva devem-se naturalmente privilegiar os projectos cuja rentabilidade económico-social seja superior, o que significa que a crise pode justificar que se antecipe o calendário de execução mas não justifica a dispensa de uma análise custo-benefício criteriosa.
3) A crise actual é, pelo menos na sua origem, uma crise financeira (não uma crise de sobreprodução) e Portugal está numa situação desvantajosa devido aos níveis de dívida pública e, sobretudo, de endividamento externo pelo que há que atender aos efeitos do esforço financeiro associado a esses (ou outros) projectos no custo de financiamento.
sábado, 1 de novembro de 2008
Indústria chinesa em queda?
Recessão simultanea nos EUA, Europa e Japão ?
Entretanto o indicador de sentimento económico na zona euro caiu em Outubro 7,1 pontos para 80,4 atingindo o nível mais baixo desde Novembro de 1993 (Em Portugal caiu 8,3 pontos para 79,0 situando-se em níveis próximos dos registados em 2003 ano em que o PIB caiu 0,8%), dando mais uma indicação de que podemos ter uma recessão simultânea nos EUA, na zona euro, no Reino Unido e provavelmente também no Japão.