O Governo anunciou que vai propor à AR a nacionalização do BPN que terá acumulado prejuízos de 700 milhões de euros em operações clandestinas. Ao que parece o BPN vai ser integrado na CGD que provavelmente terá que proceder a um aumento de capital. Entretanto, parece que Jerónimo de Sousa terá considerado uma medida positiva por "reforçar o papel do Estado no sector financeiro" (?!!!) e que “é uma excelente oportunidade para apoiar as pequenas e médias empresas portuguesas" (????). Alguém será capaz de lhe explicar que o Estado está a "adquirir" um banco em situação de ruptura e que é provável que o impacto da operação no capital da CGD faça diminuir a capacidade da CGD (e portanto do sistema bancário nacional) para financiar a actividade económica ?
PS: Entretanto, o Estado propõe-se a financiar a injectar 4 mil milhões de euros no capital dos bancos (o que corresponde a cerca de 2,4% do PIB ou seja cerca de um ano de défice) - o PCP deve estar exultante. Das declarações (tal como citadas pelo Diário económico) ressalto duas notas: 1) a referencia à concorrência internacional - o que é um ponto válido e revela um dos efeitos perversos dos sucessivos planos de apoio que têm vindo a ser anunciados a nível internacional (num quase concurso para saber quem apoia mais); 2) a contradição entre as declarações do Ministro das Finanças que diz que a medida não tem que ver com debilidades ou insuficiência das instituições nacionais e do Governador do Banco de Portugal que refere que as práticas internacionais de mercado criaram um padrão de 7% para o rácio de fundos próprios de base e recorrendo às contas do 1º semestre de 2008 vemos que o BPI tem um rácio Tier I de 7,6% e o BCP de 7,5% mas o CGD tinha um rácio de apenas 6,0% e o BES de apenas 5,9%, portanto significativamente abaixo das "práticas internacionais de mercado".
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