quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Serenidade procura-se

O país parece assolado por um coro de críticas à proposta de Orçamento de Estado para o qual contribuem um vasto conjunto de fatores onde se incluem a extrema dureza das medidas dele constantes, a falta de capacidade política do governo no seu conjunto para apresentar e explicar a proposta de forma coerente e articulada, a forma atribulada como as medidas foram sendo divulgadas e debatidas em público, o crescendo de contestação que deriva da crescente fadiga do processo de ajustamento, alimentado e potenciado pelo crescente isolamento político e social de um governo que foi aos poucos perdendo o debate político e ideológico e a sua base social de apoio e pelo manifesto desconforto dos próprios partidos da coligação.

Temos, assim, um contexto conturbado e perigoso no qual parece criada uma esmagadora maioria social negativa de contestatação à proposta de OE para 2013.

Um contexto que não só põe em causa a aprovação da proposta pelo parlamento, como ameaça tornar ainda mais dificil, ou mesmo impossível, a sua execução.

Como tem sido muitas vezes recordado nos últimos dias a política é a arte do possível. Escolher o melhor caminho exige uma análise das reais alternativas existentes e uma discussão ponderada e inteligente que permita escolher a via mais adequada.

Infelizmente, a maioria negativa contra o atual OE não apenas não corresponde a nenhuma alternativa como parece estar criado um ruído que não só não contribui como pode prejudicar esse debate e conduzir-nos a um impasse político e social que colocaria Portugal numa situação extremamente perigosa.

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