O boletim económico do Banco de Portugal aponta para uma redução do PIB em 2012 de 1,6%. Uma previsão significativamente abaixo (-0,6 p.p.) do que a recentemente apresentada pelo Governo no Relatório do orçamento do Estado para 2013.
Comparando as duas previsões, o Banco de Portugal é mais pessimista relativamente à evolução do consumo privado (-3,6% face a -2,2% na previsão do governo) e da formação bruta de capital fixo (-10,0% face a -4,2% na previsão do governo), enquanto que, por outro lado, prevê uma evolução mais favorável do consumo público (-2,4% face a -3,5% na previsão do governo), exportações (+5,0% face a 3,6% na previsão do governo) e importações (-2,3% face a -1,4% na previsão do governo).
Note-se que apesar de significativamente mais pessimista a previsão do Banco de Portugal para o consumo privado assume, ainda assim, uma evolução menos negativa do que a esperada para o rendimento disponível e pressupõe uma ligeira redução da taxa de poupança dos particulares, alertando no entanto para que "o aumento do número de agentes sujeitos a restrições de liquidez, num quadro de redução do rendimento disponível e de agravamento das condições no mercado de trabalho, bem como de incerteza quanto ao enquadramento interno e externo" poderá limitar de forma mais acentuada a capacidade das famílias para "alisar o consumo" e "incentivar a poupança por motivos de precaução", pelo que, consequentemente, "o consumo privado poderá apresentar uma redução mais acentuada do que a considerada no cenário central".
Enquanto que, por outro lado, a previsão mais otimista para o crescimento das exportações baseia-se em expetativas de ganhos significativos de quota de mercado (o Banco de Portugal considera um crescimento da procura externa de 2,5% que compara com a previsão do governo de 2,8%), chamando no entanto a atenção para os riscos de uma evolução económica internacional mais desfavorável, em particular na zona euro, "com potencial impacto nas exportações portuguesas", bem como para "a possibilidade de menor persistência ou de não materialização dos ganhos de quota assumidos".
No que se refere ao emprego, as previsões são similares com o Banco de Portugal a prever uma redução do emprego de 1,8% em 2013 (face a uma previsão do governo de -1,7%).
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