"O indivíduo que planeava transformar Portugal numa espécie de Bulgária do Ociente, o promotor do PREC, o responsávels pelas «nacionalizações» e pela ocupação dos «latifúndios», o desorganizador da economia, o inimigo da «Europa», esse parece que desapareceu. Só resta, com muito sentimentalismo, como ele gostaria, a máscara do soberano, perante a qual ainda uma pequena parte do país se acha obrigada a genuflectir. A consciência histórica dos portugueses é um óptimo reflexo da inconsciência que os trouxe à miséria e ao desespero."
(excerto da crónica de Vasco Pulido Valente no Público de hoje)
A verdade é que, o facto do Partido Comunista Português constituir hoje um caso de exceção na Europa pela forma como conseguiu resistir ao colapso do bloco soviético, mantendo um considerável peso na vida política e na sociedade portuguesa expresso quer pelo seu significativo peso eleitoral quer, sobretudo, pela sua influência ao nível das autarquias e das organizações sindicais muito se deve à personalidade de Alvaro Cunhal e à sua determinação intransigente na defesa de uma linha comunista marxista-leninista ortodoxa, ao modo como impôs a manutenção do centralismo "democrático" na organização interna do partido, resistindo às tendências reformistas e renovadoras.
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