"Em Portugal os partidos perderam - se é que alguma vez tiveram - qualquer capacidade de pensar um tema a médio prazo. Os gabinetes de estudos implodiram, o ritmo da política acelerou, as campanhas eleitorais tornaram-se momentos de mentira fácil, tão ao agrado de quem promete o que não pode cumprir como de quem acredita mo que sabe ser impossível.
É por isso que não é verdade que a reforma pudesse ter sido apresentada no início deste mandato. Não só os dois partidos do Governo (tal como o PS, já agora) não faziam grande ideia do que escrever, como o eleitorado não estava minimamente preparado para 1/10 do que agora vê pela frente.
A reforma do Estado chegou tarde, coxa e sem uma estrutura minimamente articulada por quatro fatores: pouca preparação de quem governa, total irrealismo de quem faz oposição, estado dos eleitores e um calendário implacável da troika."
(excerto da crónica de hoje no Expresso)
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