Na sua última edição, a revista Economist publica uma série de três artigos sobre a crise da zona Euro, cuja principal ideia é a de que a estratégia que está a ser seguida para conter a crise da dívida soberana dos países da zona euro está fracassar, considerando como virtualmente inevitável uma reestruturação da dívida em pelo menos alguns dos países da zona euro.
Segundo o Economist, a situação dos diversos países não é contudo idêntica. Enquanto que no caso da Grécia, mesmo com taxas de juro subsidiadas o peso do serviço da dívida será insuportável, no caso de Portugal e Irlanda os seus cálculos indicam que seria possível uma estabilização dos rácios de dívida caso as taxas de juro se situassem em níveis próximos dos 4%. Colocando, no entanto, um grande ponto de interrogação relacionado com a eventual necessidade de apoios adicionais aos respectivos sistemas financeiros.
Um ponto a salientar neste conjunto de artigos (onde se faz uma análise bastante interessante da evolução da economia portuguesa na última década associando o seu fraco desempenho à concorrência primeiro dos países asiáticos nos sectores tradicionais e depois dos países do alargamento) são as dúvidas quanto à saúde do nosso sistema bancário. A respeito do qual se refere que "Portugal says its banks are sound. But the combination of capital inflows and low productivity hints at wasteful investments and bad-debt problem".
2 comentários:
Qualquer pessoa que siga as estatísticas oficiais do crédito mal parado sabe que os problemas dos bancos portugueses é bem real. O crédito mal parado está estimado em mais de 5 mil milhões de euros e muitos afirmam que se trata de um número que sub-estima a importância do problema.
A suposta saúde financeira dos bancos portugueses é mais um mito que não deve durar até ao final do ano.
Infelizmente concordo consigo. A combinação de elevados níveis de endividamento das famílias e empresas com os efeitos das políticas de consolidação orçamental pode conduzir a uma situação muito complicada.
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