quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Uma nota sobre procura e oferta agregada

Desta vez não consigo concordar, pelo menos não completamente, com Krugman quando refere que:
"one thing that keeps appearing in comments is the notion that because we had a bubble, in which some people were borrowing too much, the economic growth of 2000-2007 wasn’t “real” — that it was all a figment of our imagination.
This is confusing demand with supply.
We really did produce all the goods and services counted in GDP; we were able to do that because we had willing workers, a sufficient capital stock, the right technology, and so on.
(...)
In other words, past growth wasn’t an illusion, or a fraud; but we need policies to sustain aggregate demand"
O que pressupõe que bastaria um aumento da procura agregada (via política monetária ou orçamental) para no curto prazo voltar ao nível de produto e emprego. Ora, isto só seria verdade se fosse possível reafectar todo o capital físico e humano por forma a adequá-lo à nova estrutura da procura. Quando na realidade o capital físico e humano é, pelo menos nalgum grau, específico de determinados sectores ou actividades e não é fácil de ser reafectado a outros usos.

Não é fácil saber a importância este efeito de alteração da estrutura da procura, mas uma das características do período pré-crise foi a forte expansão de sectores como a construção onde existirá hoje uma capacidade excedentária que não terá utilização (pelo menos com o grau de produtividade anterior), pelo que parece verosímil que este factorseja significativo. E se assim for, infelizmente não será assim tão fácil recuperar a diferença significativa entre o nível de produto actual e o que corresponde à sua tendencia de longo prazo.

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