Nas dificeis circunstâncias em que ocorreu, o resultado do leilão de OT's hoje realizado constitui senão um bom resultado pelo menos um alívio na medida em que permite ao Governo alguma folga necessária para no imediato defender a sua posição de recusa de recurso ao FMI / FEEF.
Não obstante deve salientar-se que os resultados do leilão não se nos afiguram tão inequivocamente positivos como a (pequena) redução de 6,806% para 6,716% da taxa média ponderada das OT's Jun 2020 face aos resultados doleilão ocorrido em 10 de Novembro poderá levar a crer. É que além de se tratar de uma taxa demasiado alta (e desconfortavelmente próxima do mítico limiar dos 7%) e significativamente superior à registada em emissões anteriores a estas (no leilão de 22 de Setembro a taxa média havia sido 6,242%) deve assinalar-se que o montante hoje colocado (599 milhões de euros) foi inferior ao colocado em Novembro (686 milhões). Mas, mais importante, é o facto da taxa média da colocação das OT's Out 2014 de 5,396% não só se ter situado claramente acima dos 5% como registar uma subida muito substancial face aos 4,041% obtidos no leilão de 27 de Outubro, o que objectivamente constitui um mau resultado.
Neste contexto, é expectável que as pressões para que Portugal aceda a recorrer à ajuda do FMI/FEEF não só continuem como, até, se intensifiquem. Os resultados hoje obtidos poderão, no entanto, permitir a Portugal uma maior margem negocial quanto aos termos e condições desse auxílio.
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