O Banco de Portugal divulgou hoje as suas projecções de Inverno para 2011 e 2012 e o cenário não sendo inesperado é sombrio.
O Banco de Portugal aponta para uma redução de 1,3% do PIB real em 2010, fruto de uma forte contracção da procura interna (-3,6%) , que desce em todas as suas grandes componentes (com a FBCF a cair 6,8%, o consumo público a descer 4,6% e o consumo privado a contrair-se 2,7%) que é apenas compensada parcialmente pelo aumento das exportações (+5,9%) e a retracção das importações (-1,9%). De acordo com as projecções, em 2011 o PIB deverá crescer 0,6% mas este crescimento será exclusivamente à custa da procura externa uma vez que a procura interna deverá continuar a contrair-se em todas as suas componentes, fruto das medidas de consolidação orçamental e de uma maior restritividade das condições de crédito. Neste contexto, o Banco de Portugal prevê que o emprego se reduza em 1% em 2010 e 0,2% em 2011 o que implicitamente corresponde a uma evolução negativa da produtividade média.
Sendo de salientar que o Banco de Portugal considera existirem "riscos descendentes substanciais sobre a atividade económica no horizonte de projecção".
Igualmente preocupante é o facto de apesar do comportamento favorável da procura externa que permite uma melhoria substancial da balança de bens e serviços, o Banco de Portugal anteveja que o défice da balança corrente e de capital se mantenha em níveis elevados (-7,1% do PIB em 2010 e - 7,0% do PIB em 2011), em resultado da deterioração da balança de rendimentos.
Sem comentários:
Enviar um comentário