Os dados mais recentes para o comércio a retalho em Portugal indicam que em Maio as vendas terá registado uma quebra de 7,9% face ao mesmo mês de 2010 com a queda das vendas dos produtos não alimentares a atingir os 13,6% (13,3% excluindo os combustíveis), o que indica uma clara intensificação da tendência de queda do consumo privado iniciada no 4.º trimestre de 2010 que é confirmada pelos números relativos à evolução das vendas de automóveis ligeiros de passageiros que em Junho de 2011 ficaram 34,1% abaixo das registadas em Junho de 2010. O que, atendendo a que o consumo privado corresponde a cerca de 65% do PIB, mesmo considerando a forte componente importada desta componente da procura aponta para um acentuar da queda do produto.
Esta tendência resulta da evolução desfavorável do rendimento disponível das famílias, condicionada pela queda do emprego, pela contenção salarial - nomeadamente no sector público, pela redução dos benefícios e prestações sociais e, ainda, pelo aumento da inflação e a subida - por enquanto ligeira - das taxas de juro e que corre o risco de se vir a acentuar no caso de o processo de desalavancagem do sector financeiro português venha a ser mais violento, mas sobretudo pela aplicação das medidas de austeridade orçamental que se irão reflectir na subida do IVA que incide sobre alguns produtos e, no final do ano, por uma tributação adicional sobre os valores dos subsídios de Natal e 13.º mês.
Sem comentários:
Enviar um comentário