Ontem o Presidente Cavaco Silva referiu a evolução da taxa de câmbio entre o euro e o dólar como demosntração da confiança dos mercados na moeda única europeia, considerando até que o euro estaria actualmente demasiado "forte" e que uma depreciação do euro face ao dólar até seria positiva na medida em que contribuiria para uma maior competitividade dos países da zona euro.
Efectivamente, uma depreciação do euro facilitaria o processo de ajustamento da economia na medida em que permitiria ganhar quotas de mercado nas exportações e reduzir as importações com origem em países terceiros, contribuindo para o indispensável aumento do peso dos sectores transaccionáveis. Deve, no entanto, salientar-se que a balnça comercial - e a balança corrente - do conjunto da zona euro face ao resto do mundo verificam uma situação equilibrada pelo que os desequilíbrios de balança corrente de alguns países (e.g., Portugal) está associado a uma perda de competitividade relativa face aos outros países da zona euro (e.g., Alemanha) e não tanto face aos países terceiros.
Por outro lado, deve, igualmente, notar-se que os EUA - apesar do fraco crescimento - continuam a registar défices correntes substanciais (correspondentes a cerca de 3% do PIB), e que os desequilíbrios externos globais não resultam do nível da taxa de câmbio euro-dólar, mas estão sobretudo relacionados com os superávites das economias emergentes (e.g., China) e dos países produtores de petróleo.
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