A radicalização das posições dos republicanos nas negociações para um aumento do limite da dívida federal nos EUA torna particularmente dificil a obtenção de um compromisso aceitável para ambas as partes que evite uma situação em que, mesmo que seja possível assegurar o cumprimento do serviço da dívida, uma eventual ausência de acordo é um indicador dos elevados riscos políticos - aumentando a probabilidade de uma descida da notação da dívida federal dos EUA - e poderá implicar cortes na despesa pública que no actual contexto em que se verifica uma desaceleração do crescimento da actividade económica nos poderão colocar os EUA numa situação de recessão.
Pois se é vedade que trajectória actual da dívida pública é insustentável tornando necessária a implementação de medidas de redução da despesa e/ou aumento das receitas no médio prazo, não é menos verdade que, no momento actual, medidas de contenção orçamental demasiado drásticas representam o sério risco de agravar ainda mais o sério problema de desemprego na economia americana.
Apesar de tudo os EUA (ainda) não são a Grécia e têm (ainda) possibilidade de combinar uma política orçamental expansionista no curto prazo com medidas de médio-longo prazo para a contenção do défice e da dívida públicas. E parece existir, pelo menos, um consenso relativamente à necessidade de corrigir a trajectória das finanças públicas americanas. As principais dificuldades são de natureza política e respeitam a uma profunda divisão entre democratas e republicanos quanto ao peso do Estado na economia e, consequentemente, à repartição do esforço de ajustamento entre medidas do lado da despesa e medidas do lado da receita.
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