terça-feira, 7 de outubro de 2008

E o carrossel continua

Ontem foi um dia de fortes quedas nas bolsas de todo o mundo que acabou por ser um pouco atenuado pela subida dos índices dos EUA na última hora. Pessoalmente considero interessante de a descida ter abrangido todos os sectores quase por igual não se concentrando particularmente no sector financeiro, indicador de que o mercado está (finalmente) a começar a descontar os efeitos da actual crise financeira sobre a economia em geral.
Entretanto a crise financeira continua a fazer vítimas com os bancos britânicos no centro das notícias hoje, surgindo notícias de um "investimento" do Governo Reino Unido de 79 mil milhões de dólares (http://www.cnbc.com/id/27062494).
E os bancos centrais recorrem a todas as armas do arsenal para assistir os mercados e equacionam medidas extraordinárias. A Reserva Federal anunciou ontem (http://www.federalreserve.gov/newsevents/press/monetary/20081006a.htm) que vai passar i) a pagar juros sobre as reservas dos bancos - o que reduz o custo de oportunidade de manter essas reservas mas trata-se sobretudo de medida técnica em virtude da "escassez" de títulos do tesouro para intervir no mercado para que a federal funds rate não desça substancialmente da taxa de referência; ii) aumentar substancialmente a liquidez concedida através dos leilões TAF e iii) autorização para que um banco adquira activos de fundos monetários numa clara tentativa de suportar estes fundos. E no que constituiria um passo (tanto quanto sei) sem precendentes estará a ser equacionado pela Reserva Federal e pelo Tesouro a possibilidade de criar um fundo para adquirir papel comercial (http://www.cnbc.com/id/27060257).
Entretanto o banco central da Austrália anunciou um corte de 1 ponto percentual nas taxas de juro e os mercados imploram por cortes de taxas nos EUA, no Reino Unido e na Europa. E é quase certo que os vão ter, a questão é saber se esses cortes vão surgir nas próximas reuniões ou ainda antes e, sobretudo, se nas actuais condições do mercado monetário e de crédito essas descidas terão impacto sobre a actividade económica (é bom recordar que desde Setembro 2007 a Reserva Federal já reduziu a sua taxa de referência de 5,25% para os 2%).

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