quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Enquanto nos EUA tentam "salvar o plano de salvamento"

Foi hoje conhecido o indice Case-Shiller relativo ao mês de Julho que revela que, em média, nos últimos 12 meses os preços das casas nas 20 maiores cidades os EUA caíram 16,3%, ajustando do efeito da inflação temos uma queda de 20,7%. Apesar disso os preços reais ainda estão 28,4% acima dos que se verificavam em Jan 2008 o que conjugado com os indicadores relativos ao stock de casas para venda e a situação dos mercados financeiros aponta para uma continuação do processo de "ajustamento" no mercado imobiliário norte-americano.

Entretanto foram ontem divulgados na Europa os indicadores de confiança relativos ao mês de Setemebro que apontam para uma degradação acentuada da situação económica, salientando-se pela negativa a evolução no Reino Unido e em Espanha onde o indicador de sentimento económico estão nos níveis mais baixos desde, respectivamente, 1993 e 1991 o que parece confirmar que estes países estão já em recessão. Nos outros 3 grandes países da União verificou-se uma continuação da degradação da situação na Alemanha e uma ligeira recuperação na França e Itália depois das quebras acentuadas verificadas em Julho e Agosto. De salientar, ainda, que o indicador de confiança da indústria caíu nestes 5 países.

Em Portugal, apesar de ligeira recuperação da confiança dos consumidores (associada a uma apreciação não tão negativa da evolução dos preços) verificou-se uma nova degradação do indicador de sentimento económico com uma redução significativa da confiança na indústria onde se verificou a continuação da degradação das encomendas do exterior.

Entretanto, continuando o esforço notável de melhoria da informação estátística nacional, o INE divulgou hoje pela primeira vez as contas nacionais trimestrais por sector institucional (período 1999Q1 2008Q2) que revelam que a poupança bruta nacional se continua a degradar (11,0% nos últimos 4 trimestres - 2007Q3 a 2008Q2 - quando em 1995 era 20%) muito por "culpa" da evolução da poupança das famílias (6,2% nos últimos 4 trimestres quando em 1995 se situava nos 14,1%). Conjugando os dados agora divulgados com os publicados pelo Banco de Portugal o nível de endividamento das famílias situava-se no final de Junho em cerca de 124% do rendimento disponível (em 1995 este indicador era cerca de 40%).

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