O S&P500 subiu ontem 11,6% (fechou acima dos 1000 pontos) e está a subir nos mercados de futuros.
Depois de ontem o Reino Unido ter adquirido posições no Royal Bank of Soctland, HBOS e no Lloyds (o Barclays anunciou que pretende um aumento de capital de 6,5 mil milhões de libras mas espera consegui-lo fazer no mercado), a Bloomberg noticia que os EUA poderão "investir" 125 mil milhões de dolares na aquisição de participações no Citigroup, Goldman Sachs, Wells Frago, JP Morgan, Bank of America, Merrill Lynch, Morgan Stanley, State Street e no Mellon e que o Fortis vai receber 14,4 mil milhões de euros da "venda" de activos aos Governos da Bélgica e da Holanda e ao BNP.
As medidas tomadas são um claro sinal de que os Governos estão dispostos a tudo para evitar o colapso do sistema financeiro, mas os problemas estruturais continuam por resolver (as perspectivas de crescimento na Europa e no EUA não melhoraram milagrosamente em virtude destas medidas). Além disso, não é ainda claro o impacto destas medidas no mercado de crédito. E, finalmente, será preciso ter atenção aos efeitos secundários das medidas tomadas nomeadamente nas contas públicas o que terá reflexos nos yields da dívida pública. O pior cenário está afastado mas continuamos num quadro de elevada incerteza que não deixa margens para euforias.
2 comentários:
Chego até aqui pela referência muito positiva que lhe é feita por Pedro Lains.
Leio este seu post e permita-me que dele destaque a sua afirmação:
"os problemas estruturais continuam por resolver"
É, provavelmente, a frase mais batida nos tempos que correm. O que lhe concede reputação mas também alguma banalidade por excesso de uso.
Se nos fixarmos apenas na realidade portuguesa, e na expectativa de uma crise que promete ser dolorosa sobretudo para os mais desprotegidos, seria interessante que se discutissem programas de aproveitamentode oportunidades que as crises também abrem.
Mas não vejo isso à volta: a discussão da superação dos nossos "problemas estruturais" em tempos de crise.
Que lhe parece?
A minha formação é, sobretudo, em macroeconomia e os problemas estruturais as que me referia eram os desequilíbrios entre a poupança e o investimento (ou, o que, no fundo é outra forma de dizer o mesmo) os desequilíbrios nas contas externas. E esses problemas existem em Portugal, temos claramente uma situação de défice de poupança que se traduz num défice externo demasiado elevado e para o qual só há dois caminhos: i) aumento dos rendimentos através de aumentos de produtividade e/ou ii) redução do consumo. Para mim, esse é o desafio estrutural que se coloca à economia portuguesa e obviamente que espero que seja possível que a solução passe pelo aumento da produtividade.
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