Apesar da descida coordenada das taxas de juro, as bolsas americanas fecharam em queda com o S&P500 a descer 1,1% numa sessão que ficou marcada pela volatilidade. Significativamente é a 6 sessão consecutiva de descida cifrando-se em 15,6% a quebra acumulada desde 30-Setembro.
Entretanto, cumpre salientar que me parece que o plano inglês de injecção de capital nos bancos me parece correcto e que nos EUA o Secretário do Tesouro indicou estar a preparar uma intervenção semelhante (http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601087&sid=aBkx1kVieIqI&refer=home). Ou seja, parece haver uma consciência crescente de que a solução para actual crise terá forçosamente que passar por uma recapitalização dos bancos que o sector privado não está em condições para concretizar e em que, portanto, será indispensável envolver uma intervenção pública significativa.
Pessoalmente estou pois mais optimista do que ontem ou mesmo hoje de manhã. Trata-se, porém, de um optimismo relativo pois embora considere que estão a ser desenvolvidos passos no sentido correcto: 1) Estes são ainda insuficientes, provavelmente os montantes anunciados nos EUA e no Reino Unido não serão suficientes e será necessário que os outros países europeus tomem medidas semelhantes; 2) existe um risco crescente de risco sistémico derivado de dificuldades noutros países (Islândia, América Latina, Ásia) ou, por exemplo, de posições de hedge funds (além da situação da Islância - que era previsível - existem alguns sinais precoupantes como a desvalorização do won da Coreia do Sul e do rand sul-africano que podem indiciar uma alteração qualitativa da actual crise); e, 3) uma recessão nos EUA, Reino Unido e Zona Euro é inevitável e muito provavelmente será relativamente severa.
Actualização: Sobre a Islândia a Bloomberg noticia que "The central bank today ditched a currency peg equivalent to 131 krona per euro after failing to convince investors it could maintain it. That announcement came shortly after the government said it canceled the purchase of a 75 percent stake in Glitner and handed the lender over to regulators, saying it was in bigger trouble than previously estimated. (...) The central bank said yesterday it would try to fix the trade- weighted krona index at 175, corresponding to 131 against the euro. Nordea Bank AB, the biggest Scandinavian lender, said the price suggested by bid/ask spreads in pre-market trading was 255 per euro, 49 percent below the rate targeted by the bank.
(...) The debts of the Icelandic banking system are too big for the government to repay. ``There is no way that the Icelandic population can assume responsibility for the private debt'' the banks have built up, Haarde said."
Sobre a Coreia: "South Korea's won slumped to the lowest in a decade as a seizure in global credit markets forced banks and companies to tap currency exchanges to meet their dollar-financing requirements (...) The won fell as much as 5.1 percent today"
E os sinais do México e Brasil também não são nada tranquilizadores: "Brazil sold dollars for the first time in five years and Mexico offered $2.5 billion in a bid to shore up currencies that have been ravaged by the worst financial crisis since the Great Depression
Central bankers stepped into the foreign exchange market after Mexico's peso tumbled as much as 13.8 percent, its biggest intraday drop since a government devaluation in 1994, and Brazil's real sank as much as 9.4 percent to a three-year low. Both currencies pared losses after policy makers announced the dollar sale plans. (...) The peso close little changed at 12.3225 per dollar after earlier touching a record low of 14.2927. The peso has sunk 20 percent from a six-year high reached Aug. 4. The real fell 1 percent to 2.3342 per dollar, extending its decline this month to 18.4 percent."
Actualização2: E no Paquistão as coisas também não estão bem: "State Bank of Pakistan, the nation's central bank, pumped foreign currency into the market to prop up the rupee, which fell to a record low against the U.S. dollar. (...) Standard & Poor's this week cut the nation's long-term foreign currency rating by two levels to CCC+, a grade that ranks it above only the Seychelles in terms of creditworthiness, and said further reductions may be necessary. (...) Pakistan's foreign-exchange reserves have dropped 67 percent in the past year to about $4.7 billion, while the nation has about $3 billion of debt-servicing costs due in the coming year. Pakistan is the world's riskiest government borrower according to credit-default swap prices from CMA Datavision."
Sem comentários:
Enviar um comentário