Estou em Bruxelas, onde basta um pequeno passeio para nos cruzarmos com "nomes" com ressonâncias à actual crise financeira (Fortis, Dexia, BNP, ...). Talvez por isso noto, confesso que com alguma surpresa, que o "ambiente" entre os meus colegas de outros países europeus é francamente pessimista, mesmo quase depressivo. Há obviamente quem tente brincar com a situação mas a reacção são alguns risos que não conseguem esconder algum nervosismo.
Segundo o FT (a minha principal fonte de informação diária quando estou no estrangeiro) o crescimento na China caiu para 9% no 3.º trimestre, enquanto na Índia o primeiro ministro indicou que o crescimento iria cair para 7-7,5%. Taxas ainda assim elevadas mas que indicam um arrefecimento acentuado, colocando em causa as expectativas (optimistas) de que o crescimento nas economias emergentes possa amortecer os efeitos da recessão nos EUA e na Europa. Entretanto, o FT tem publicado nestes últimos dias artigos que referem dois problemas que podem assumir proporções graves:
- as dificuldades no crédito à exportação, nomeadamente na Ásia e no Brasil;
- os elevados níveis de exposição ao risco cambial do sector privado em algumas economias emergentes.
Entretanto, nos EUA já se fala da necessidade de um estímulo fiscal de 150 mil milhões de euros. E na Europa seguem os anúncios de apoios financeiros na França (injecção de 10,5 mil milhões de euros nos seis maiores bancos), Finlândia (50 mil milhões de euros) e Suécia (150 mil milhões de euros), com a particularidade que neste caso uma das justificações parece ter sido os receios de perdas devido à exposição dos bancos suecos nos países bálticos.
Acedo à internet e numa olhadela pela Bloomberg leio a notícia de que a Argentina se prepara para nacionalizar os fundos de pensões.
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