Segundo noticiado o IGCP colocou 3,5 mil milhões de euros em OT's a 5 anos numa emissão de sindicada em que a procura terá excedido 2,4 vezes a oferta e a taxa de juro se fixou nos 6,45%.
Esta operação demosntra que Portugal continua a ter acesso ao mercado obrigacionsta, mas a verdade é quer também revela que o custo financeiro de colocação da dívida continua em níveis muitissimo elevados como se torna evidente quando consideramos que o spread face às yields dos bunds a 5 anos ronda os 400 pontos base (diferença que para os montantes ontem colocados corresponde a um encargo anual de cerca de 140 milhões de euros), que não será sustentável indefinidamente. Não por acaso as yields das OT's a 10 anos mantêm-se claramente acima dos 7% e as das OT's a 2 anos acima dos 4%.
Se até agora o Governo tem conseguido garantir o financiamento da República recorrendo mais intensamente a alternativas de financiamento aos tradicionais leilões de OT's, a verdade é que nos mantemos na "zona de perigo" e que o recurso, ou não, ao auxílio externo (seja do FMI seja do FEEF) dependerá de quatro factores: i) a evolução das negociações a nível europeu sobre o FEEF; ii) a evolução da execução orçamental; iii) a evolução da economia portuguesa e, last but not the least, iv) a normalização da capacidade dos bancos para se obterem financiamento no mercado monetário e obrigacionista. E que, na actual situação, qualquer "derrapagem" numa destas "frentes" pode tornar inelutável o recurso ao auxílio externo que o Governo português tem, até agora, denodadamente conseguido evitar (com a preciosa ajuda, diga-se, do BCE em momentos decisivos).
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