O texto da carta do Ministro das Finanças alemão para os presidentes do BCE, FMI e para os seus colegas europeus sobre a situação na Grécia (via Reuters) vai directo ao ponto fulcral ao referir de forma bastante directa que, como era por demais evidente, um regresso da Grécia aos mercados em 2012 parece mais do que irrealista ("more than unrealistic"), tornando inevitável apoios adicionais para evitar uma situação de bancarrota, colocando, no entanto, como condição que qualquer apoio adicional envolva uma partilha "justa" dos esforços entre os contribuintes e os investidores privados para uma maior sustentabilidade da dívida grega e sugerindo que a Grécia - em conjunto com o FMI - inicie um processo de negociação com os detentores dos títulos de dívida grega em termos semelhantes aos da iniciativa de Viena que envolva uma troca de títulos que prolongue a maturidade da dívida em 7 anos.
Esta proposta - que na prática seria insuficiente para resolver o problema da sustentatibilidade da dívida pública grega servindo apenas para "comprar" mais algum tempo - vem avivar a possibilidade de uma reestruturação da dívida pública grega avivando os recieos de que venham a verificar-se as condições para que se considere existir uma situação de incumprimento que o BCE tem pretendido a todo o custo evitar.
Mas vem sobretudo mostrar que existe um limite para a "solidariedade" da Alemanha na ajuda aos países periféricos em dificuldades o que pode conduzir a novas quedas do rating da dívida portuguesa e da Irlanda com consequências imediatas adversas sobre as condições de financiamento da banca e das empresas o que está a fazer os yields da dívida pública portuguesa a 10 anos subirem para níveis superiores a 10%.
Sem comentários:
Enviar um comentário