A proposta de João Ferreira do Amaral para uma saída ordenada da zona euro o mais rápido possível - que o próprio autor não nega que terá consequências fortemente negativas - levanta-me sérias dúvidas quer do ponto de vista técnico pois: i) não ficou ainda claro para mim quer como é que se chega ao valor de 50 mil a 60 mil milhões de euros (cerca de 30% do PIB) referidos pelo Professor Ferreira do Amaral quer o modo como esses recursos seriam empregues de modo a compensar o aumento das dívidas; e ii) não estou convencido de que a mera desvalorização seja suficiente para garantir o regresso aos mercados nomeadamente se como parece a dívida pública continuar denominada em euros.
Mas, sobretudo, não me parece que fosse fácil reunir o necessário apoio dos nossos parceiros europeus e do BCE para que a operação tivesse possibilidades de sucesso, parecendo-me, pelo contrário, que as consequências reais e sobretudo sobre a psicologia dos mercados para a situação de outros Estados-membros nomeadamente a Espanha e a Itália seriam de molde a garantir a oposição das instituições europeias a esse cenário.
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