Os dados divulgados esta semana pelo BEA que indicam para um crescimento (anualizado) do PIB dos EUA de 1,9% confirma a forte desaceleração do crescimento da actividade económica (no trimestre o crescimento havia sido 3,1%), apesar do contributo positivo do investimento impulsionado pelo investimento em equipamento e software e pela evolução dos stocks).
Para esta desacelaração contribuiu bastante a desaceleração do crescimento do consumo privado e das exportações líquidas, cujo contributo para o crescimento no trimestre anterior tinha sido particularmente elevado, mas também a contração do consumo e investimento públicos que se acentuou contribuindo negativamente, para a evolução do produto.
Numa altura em que o défice das administrações públicas de acordo com o BEA ascendeu a 9,9% no primeiro trimestre de 2011 (e a 10,5% na média dos últimos 4 trimestres) tornando evidente a necessidade de ajustamento orçamental. A verdade é que um acentuar dos esforços de contenção orçamental no curto prazo arrisca-se a conduzir a uma situação de crescimento lento insuficiente para reduzir de forma significativa o desemprego e o output gap ou mesmo a uma recaída numa situação de recessão. A ideia que tem vindo a ser defendida de evitar uma contração orçamental acentuada mantendo o défice elevado no curto prazo e simultaneamente tomar medidas que, de forma credível, corrijam o grave desequilíbrio orçamental no médio-longo prazo corresponde assim a uma tentativa de conciliar dois objectivos contraditórios, mas corresponde aseguir um caminho em cima do fio da navalha.
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