sábado, 15 de setembro de 2012
As manifestações de 15 de setembro
Não há como iludir o significado político e sociológico das grandes manifestações que ocorreram hoje em várias cidades do país.
Mais do que - o obviamente idealista e irrealista - "Que se lixe a troika", o que me parece que melhor traduz as razões que trouxeram tanta gente à rua é desejo de manter o essencial de um nível de vida a que consideram, justamente, ter direito e que é expresso no "queremos as nossas vidas de volta".
O que une o mar de gente que hoje saiu à rua é um sentimento de mal estar coletivo face à perda generalizada do poder de compra, ao aumento do desemprego e ao que muitos consideram ser a rutura do contrato social que vigorou nas últimas décadas.
Um sentimento que se encontrava latente e que foi significativamente exarcebado pelo anúncio de novas medidas de austeridade que quer pelo seu conteúdo, quer pela forma como forma anunciadas, quer, ainda, pela contradição com o sentimento que se havia generalizado de que a austeridade já teria atingido os limites, agravou a confusão e o sentimento de medo face a um futuro que para cada vez mais pessoas surge como ameaçador.
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