terça-feira, 18 de setembro de 2012

E agora ?


O primeiro-ministro tem que encontrar rapidamente uma solução para três questões, nenhuma deles de fácil resposta e todas elas interligadas.

Em primeiro lugar, tem que ser capaz de resolver ou pelo menos conter as tensões políticas. Depois das declarações sucessivas do líder do CDS e da reação do PSD através da convocação dos seus órgãos para analisar as consequências da tomada de posição do CDS, é urgente estancar as dúvidas quanto à sustentabilidade do próprio governo, afastando um cenário e crise política e restaurando a coesão do governo.

Em segundo lugar, terá que tomar dificeis decisões quanto às alterações na TSU e a eventuais medidas alternativas que permitam cumprir a decisão do tribunal constitucional e atingir o impacto fiscal que seria obtido através dessa medida.

Relativamente a este ponto, as declarações do secretário de estado adjunto indiciam que a intenção será manter a medida com alterações. O que constitui uma tentativa de alcançar um equilíbrio evitando um recuo total que fragilize a autoridade e credibilidade do governo, mas que não só foi já aberta e claramente recusada pelo PS.

Qualquer que seja a solução que vier a ser encontrada será obviamente imprescindivel que a mesma possa contar com o apoio inequívoco do CDS e seria, ainda, extremamente importante que a mesma pudesse obter, pelo menos, a aceitação dos parceiros sociais, o que parece dificil de alcançar através da mera "modelação" da medida da TSU.

Finalmente, o primeiro-ministro deverá procurar restaurar a confiança dos portugueses no governo e ser capaz de conter a tendência para a agudização da conflitualidade política e social, o que podendo passar por uma remodelação governamental, irá depender, sobretudo, da capacidade do governo para ouvir, dialogar e explicar aos portugueses a situação do país e as opções de política que é necessário tomar, demonstrando que as mesmas não só têm em conta, e visam minimzar, os impactos sociais negativos como constituem o melhor caminho para criar as condições para um crescimento da economia e do emprego em bases sustentáveis.

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