domingo, 16 de setembro de 2012

Sobre a declaração de Paulo Portas


Ao vir assumir pública e formalmente as suas discordâncias relativamente ao aumento da TSU (que, contrariando declarações anteriores do primeiro-ministro, do ministro das finanças e de responsáveis da troika veio afirmar que apenas não terá bloqueado essa medida pela simples razão de ter ficado inteiramente convencido que isso conduziria a uma crise nas negociações com a missão da troika) e à estratégia de consolidação orçamental, o líder do CDS  veio colar-se ao coro de críticas relativamente as medidas anunciadas anunciadas pelo primeiro-ministro e pelo ministro das finanças que assim ficam, ainda mais, isolados e numa posição extremamente delicada.

Ao primeiro-ministro e ao ministro das finanças restam agora as opções de persistir numa medida claramente impopular, aceitando suportar sozinhos o correspondente desgaste e todos os riscos do (provável) falhanço desta medida no caso de não se virem a verificar os efeitos positivos sobre o emprego que anunciaram, ou ceder nessas intenções enfraquecendo a sua legitimidade e autoridade e deixando que o CDS e a oposição de esquerda partilhem os louros políticos do recuo ou, pelo menos, de uma atenuação das medidas.

Qualquer que seja a opção, a coligação e o governo dão uma imagem de divisão e saem mais frágeis numa altura em que a situação exigiria coesão e determinação.

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