Tentemos conlocar-nos, por um momento, na perspetiva dos nossos credores internacionais, a quem interessa sobretudo a questão da sustentabilidade das finanças públicas por forma a permitir o regresso ao financiamento normal em condições de mercado e o reembolso dos montantes dos financiamentos que nos concederam.
Imaginemos, agora, que estamos perante um país em que mesmo adotando um conjunto de medidas adicionais e temporárias o défice de 2012 vai ficar 0,5 pontos percentuais acima do objetivo (5% em vez de 4,5%) e que sem essas medidas o desvio seria de cerca de 2 pontos percentuais.
Além disso, constatamos o objetivo previsto para o próximo ano é inalcançável, e que é necessário adotar medidas adicionais correpondentes a quase 3% do PIB para atingir um (novo) objetivo para o défice em 2013 revisto em alta 1,5 pontos percentuais (de 3% para 4,5% do PIB).
E, verificamos que o rácio de dívida pública que se previa que atingisse 118% do PIB em 2013 e começasse a reduzir-se em 2014 vai, afinal, atingir 124% em 2014.
Perante estes dados relativos aos desvios no ajustamento orçamental e na trajetória da dívida pública - pontos que constituem o alfa e o omega do programa de ajustamento para os credores internacionais -considerariamos que estavamos perante um caso de sucesso inegável ?
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