Hoje as taxas de juro da dívida pública voltaram a iniciar o dia a subir e as yields das OT's a 5 anos já vão nos 8,74%... não que isso interesse muito. As taxas de juro no mercado secundário já ultrapassaram claramente os níveis que tornam a nossa dívida insustentável pelo que mais ou menos uns pontos base não fazem qualquer diferença na avaliação da situação do país e, salvo milagre, não nos restará outra solução além de recorrer ao "auxílio" do FMI / FEEF.
Neste contexto, o Governo tem vindo a atribuir as responsabilidades pelo recente aumento das taxas de juro à "crise política" provocada pelo chumbo do PEC IV. Ora, deve dizer-se que esta veio aumentar os níveis de incerteza quanto à existência de condições políticas para implementar as medidas de austeridade indispensáveis para garantir a sustentabilidade da dívida, se é sempre dificil determinar com um grau de rigor mínimo qual a parte do aumento recente das taxas de juro que se deve a um facto, o fluxo de notícias e informações do últimos dias torna impossível qualquer exercício objectivo nesse sentido.
De qualquer modo como podemos facilmente constatar (aqui) a verdade é as taxas de juro da dívida portuguesa a 5 anos têm vindo a subir de forma continuada desde inícios de Fevereiro, devendo notar-se que esse movimento contrasta com a tendência de (ligeira) descida da dívida pública espanhola (ver aqui) o que aponta para uma explicação relacionada com factores específicos da situação portuguesa mesmo antes da "crise política".
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