De acordo com o Diário Económico: em entrevista ao Financial Times, o ministro das Finanças austríaco, Joseph Proell, expõe esta inquietação. "O meu sinal para Portugal é que olhe para a Grécia e Irlanda: não se atrasem. Tomem a vossa decisão rapidamente: sim ou não", frisa. "Se os números concretos em Portugal dizem que não conseguem refinanciar o País nos próximos anos sem ajuda, devem aproveitar rapidamente a vantagem da protecção [do fundo de resgate]. Mas não podemos forçá-los, essa é a realidade".
Sejamos claros os "mercados" consideram que existe uma elevada probabilidade de Portugal vir a ser forçado a renegociar a dívida no médio prazo e as taxas de juro que cobram são claramente insustentáveis, reforçando esse cenário e afectando não só o financiamento do Estado como o do resto da economia.
Infelizmente a crise financeira que atravessamos afecta não apenas o Estado mas também o sector privado. E - como a Grécia e Irlanda demonstram - o recurso ao FEEF não será por si só suficiente para restaurar a capacidade de (re)financiamento do sistema bancário - que irá portanto continuar a depender do apoio do BCE ou de um esforço de recpaitalização - que esperemos seja possível efectuar sem recurso a fundos públicos. Mas, se formos incapazes de nos financiarmos no exterior isso implica um ajustamento brutal do défice externo que apenas pode ser obtido através de uma contracção quase sem precedentes da procura interna que, sem o instrumento cambial, as exportações apenas poderão compensar muito parcialmente colocando a economia em riscos de entrar numa espiral descendente extremamente perigosa.
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