De acordo com o Diário Económico o Ministro da Presidência declarou na Assembleia da República que
uma crise política neste momento "Constitui uma ameaça para uma rutura quase imediata da capacidade de financiamento do Estado Português. Isto tem consequências na capacidade do Estado em conseguir honrar os seus compromissos financeiros, para que o sistema financeiro consiga mostrar-se sólido e para que as empresas consigam ter acesso ao crédito, manter a sua actividade e manter o emprego dos trabalhadores" (meu sublinhado) referindo ainda que "Está em causa a proteção social do Estado" e que "Quem provocar uma crise política num momento como este, desfazendo todo o esforço de construção de confiança que resulta do trabalho dos portugueses e das diligências que o Governo tem feito junto das instituições europeias, será responsável pelas consequências dessa crise política".
Deixando de lado a leitura política destas declarações (ver aqui e aqui) não faz sentido apregoar que se está a "construir a confiança" e a seguir dizer que se houver crise política será o caos... ou será que pensam que os "mercados" não lêem jornais.
Em segundo lugar, para os "mercados" e agências de rating é absolutamente indiferente quem Governa desde que as medidas de consolidação sejam tomadas e implementadas. Ora, nada nos leva a concluir que um Governo PSD se revelasse menos empenhado em tomar as medidas necessárias para garantir os objectivos do défice e pelas declarações dos seus responsáveis nos últimos dias parece-me seguro concluir que o PS mesmo na oposição não deixará de, em nome do interesse nacional, apoiar as medidas que um Governo PSD viesse a apresentar e, portanto, não haveria nenhuma razão para temer a hipótese de eleições antecipadas.
Pelo que, ou tudo não passa de encenação ou, estas declarações apenas revelam que infelizmente os esforços do Governo para construir a "confiança" não estarão a ser muito bem sucedidos... e que "estamos presos por arames".
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