A nível global um dos temas mais importantes dos últimos meses tem sido a discussão em torno da evolução da inflação nas economias emergentes e, em particular, na China onde a taxa de inflação regstou uma subida ao longo de 2010 situando-se em Fevereiro nos 4,9% e relativamente à qual têm surgido várias notícias dando contas de uma pressão altista sobre os salários.
Ora embora esta situação possa obrigar a que as autoridades chinesas tenham de restringir a política monetária e orçamental, como têm começado a fazer, para reduzir a procura e, assim, conter as tensões inflacionistas o que pode ter um efieto negativo sobre o produto mundial, por outro lado, estas tensões tornam mais fácil que a China aceite uma valorização gradual do yuan que tem sido reclamada como uma das medidas necessárias para ajudar a solucionar os desequilibrios macroeconómicos globais. Não será, no entanto, de esperar que essa valorização, por si só, seja suficiente para resolver qualquer dos problemas na medida em que, por um lado, uma valorização forte do yuan podia colocar em risco sectores importantes da sua indústria exportadora e, por outro lado, o efeito dessa alorização sobre a inflação na China seria relativamente limitado.
No entanto, o próprio efeito da inflação tenderá a contribuir para esse reequilíbrio, na medida em que no cenário actual de inflação relativamente baixa nos EUA e na Europa corresponde a uma revalorização real do yuan que, associada a uma subida dos níveis salarias na China, impulsionará o consumo interno e ajudará a redireccionar a economia chinesa para o mercado interno para satisfazer essa mesma procura.
Neste contexto, uma subida moderada da inflação na China é um desenvolvimento positivo para a sustentabilidade da situação da economia mundial.
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