Na apresentação do novo livro de Vitor Bento "Economia, Moral e Política" as intervenções, especialmente a do autor, versaram sobretudo sobre o tema da relação entre a Economia e a moral e a ligação das teorias económicas à moralidade social que definiu como o conjunto de valores que uma sociedade valoriza e os incentivos (ou penalizações) que atribui para orientar os comportamentos para esses valores e que o autor considerou constituir uma "função de restrição" que condiciona o comportamento (maximizador) dos agentes e assim determina os resultados económicos.
Não foi tão evidenciado na apresentação, mas resulta claro da primeira parte do livro (que já pude ler), que os próprios princípios éticos do indívíduo podem desempenhar um papel idêntico, ou o que conduzirá a um resultado semelhante serem incorporados nas "funções de utilidade" dos indivíduos. E, por outro lado, a influência que a própria teoria económica e em particular as hipóteses de que os objectivos dos agentes consistem na maximização do seu bem-estar material ou, no caso das empresas, do lucro podem ter na própria formação da moral social e individual levando-as a adoptar aqueles objectivos como "valores" em si mesmos.
Uma demonstração interessante da influência da moralidade sobre os comportamentos "económicos" são as experiências relatadas por Dan Ariely (e que aparecem referidas num livro de que recentemente falei aqui) de que o autor nos fala no final da primeira parte do livro e que revelam a influência das âncoras valorativas e do exemplo sobre os comportamentos económicos.
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