Do ponto de vista internacional, a grande preocupação será que a Espanha possa ser o próximo dominó da chamada crise da dívida soberana. Espanha que - conjuntamente com a (felizmente para ela muitas vezes injustamente esquecida) Itália - pela sua dimensão sempre constituiu a grande preocupação dos (muitos) economistas que consideram que a actual crise pode colocar em risco a própria manutenção do euro e que se encontra na já conhecida situação de yter que afirmar que "não é Portugal" e que não está em risco de ter de pedir assistência internacional.
E a verdade é que os indicadores orçamentais permitem algum optimismo. Com efeito embora o défice orçamental em 2009 tenha atingido os 11,1% do PIB a dívida pública espanhola em 2007 correspondia a somente 36,1% do PIB Espanha tinha antes de 2007 e que, de acordo com a base de dados da AMECO, no final de 2010 ascenderia apenas a cerca de 64,4% do PIB (significativamente abaixo dos 140,2% do PIB para a Grécia e dos 82,8% para Portugal - valor entretanto revisto em alta) e onde o défice externo se reduziu já significativamente (de 9,2% do PIB em 2008 para 4,3% em 2010).
A Espanha tem no entanto um calcanhar de Aquiles na situação dos seus bancos fruto do rebentar da bolha imobiliária e que implcia um risco não negligenciável de um cenário semelhante ao ocorrido na Irlanda (onde os défices resultantes da quebra de receitas e do saneamento do sector financeiro fizeram aumentar a dívida pública de uns aparentemente confortáveis 25% do PIB em 2007 para 97,4% do PIB em 2010), beneficiando contudo de uma economia mais diversificada e apesar de tudo menos dependente dos sectores imobiliário e financeiro do que a economia irlandesa.
O que parece ser suficientes para afastar a necessidade de uma intervenção no curto prazo e sustentar algum optimismo moderado relativamente à evolução futura da situação económica e financeira de Espanha.
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