terça-feira, 26 de abril de 2011

A subida das taxas de juro na Grécia, Irlanda e Portugal

De acordo com o Diário Económico as yields das obrigações gregas a 2 anos terá superado os 24% (!!!) enquanto que para o mesmo prazo as yields das obrigações irlandesas e portuguesas se situavam em valores próximos dos 12%, valores que os mercados consideram uma reestruturação da dívida pública da Grécia - onde a redução do défice ficou aquém dos objectivos do programa de ajustamento - como quase inevitável enquanto que crescem os receios relativamente a um cenário de reestruturação das dívidas irlandesa e portuguesa.

Deve realçar-se que neste momento estes três países estão - e irão continuar durante pelo menos mais uns 2 anos - fora do mercado dependendo exclusivamente do financiamento do FMI e FEEF pelo que estas variações de taxa de juro não tem qualquer impacto sobre os respectivos custos de financiamento, constituindo apenas um indicador da (des)confinaça dos investidores relativamente à respectiva capacidade para assumir os seus compromissos.

E obviamente que existem razões para essa falta de confiança, na medida em que é cada vez mais evidente que, pelo menos no caso da Grécia, que o programa em vigor não será suficiente para resolver os problemas deste país. E que apenas existirão duas alternativas: i) reestruturar a dívida pública grega o que implicaria custos consideráveis para os detentores desses títulos ou ii) prolongar o programa de assistência externa de modo a dara tempo a que se faça o reajustamento dos desequilíbrios orçamental e externo, o que permitiria que a maior parte parte da dívida que é actualmente detida pelo sistema financeiro e fundos de pensões fosse reembolsada e possibilitaria (como defendemos aqui) que a reestruturação muito menos traumática.

Claro que não há almoços grátis e se esta segunda alternativa é mais atraente para os "mercados" (e também pelo BCE e Comissão Europeia que estão óbvia e naturalmente preocupados com a estabilidade económica e financeira) por outro lado implica que o custo dessa reestruturação seja suportado pelos contribuintes dos países europeus, pelo que não será de estranhar que não seja vista assim com muitos bons olhos em Berlim.

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