terça-feira, 19 de abril de 2011

Krugman sobre a inflação na China

Mais um excelente post de Krugman desta vez sobre as raizes do problema da inflação nas economias emergentes, que apresenta como uma consequência da descida do investimento e do aumento da poupança nas economias mais avançadas que fez reduzir a taxa de juro de equilíbrio nestas economias que conduziu a um "excesso" de investimento (e de consumo) nos países do Sul (China) que está a pressionar a subida de preços.

Para Krugman este fenómeno (embora se transmita através da taxa de juro) corresponde a um ajustamento natural que só poderá (irá) ser resolvido através de um ajustamento dos preços relativos (da taxa de câmbio rela) que pode ser obtido por uma de três vias: apreciação do remnbit, maior inflação na China e/ou deflação nas economias avançadas.

Note-se, no entanto, que a forma como Krugman representa os gráficos pode induzir em erro. Com efeito, no gráfico de cima (que corresponde à posição de partida) existe um equilíbrio entre a poupança e o investimento nas duas regiões enquanto que na realidade no ponto de partida existiria um défice de poupança nas economias avançadas (Norte) e um excesso de poupança nas economias emergentes (Sul).

Do ponto de vista de política económica isto não é irrelevante pois significa que contrariamente ao que parece resultar do gráfico o Sul (China) encontra-se numa posição credora o que abre o caminho para uma quarta solução, na medida em que será possível, através da imposição de controlos à entrada de capitais e da "reciclagem dos superávites externos" manter durante um período indefinido o desequilibrio externo e a acumulação de reservas.

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