sexta-feira, 15 de abril de 2011

Os efeitos económicos do aumento dos preços do petróleo

Além do seu efeito sobre a inflação, o aumento dos preços do petróleo corresponde a uma transferência de rendimento dos países importadores - que ficam mais pobres - em favor dos países exportadores de petróleo - que ficam mais ricos - agravando os desequilíbrios de balança de pagamentos entre estes países e que tende a prejudicar particularmente os países mais pobres.

Spyros Andreopoulos do Morgan Stanley (via Alphaville) procurou responder às seguintes questões: 1) qual a dimensão dessa transferência de riqueza dos páises importadores para os países exportadores de petróleo ? 2) Qual a parte desses montantes que "regressa" aos países importadores de petróleo através do aumento das importações dos países produtores de petróleo ? 3) Qual o impacto dessa transferência sobre os mercados de activos ? 4) Qual será o valor dessa transferência e da destriuição de riqueza se o preço do petróleo continuar a subir e 5) Quais as consequências para a economia global?

Tendo chegado às seguintes respostas: 1) Cerca de 3,2 milhões de milhões de USD, que correspondem a mais de 3,5% do PIB dos países importadores de pet´róleo; 2) Cerca de 50%, admitindo no entanto que este valor possa subir em virtude dos esforços para manter a estabilidade política via aumento da despesa 3) Cerca de 1 milhão de milhões de USD serão poupoados e reinvestidos em activos apoiando os respectivos preços; 4) Se o preço do petróleo subir para uma média de 140 USD por barril a transferência de riqueza anual aumentará para quase 3 milhões de milhões de USD, que correspondem a 4,5% do PIB dos países importadores de petróleo; 5) No caso do preço do petróleo subir sustentadamente para uma média de 140 USD tal poderá provocar um cenário estagflação para a economia mundial.

Isto numa altura em que crescem os receios de que a inflação na China já esteja a escapar ao controlo (ver aqui) e os últimos números não são nada animadores apontando que a inflação na China tenha atringido os 5,4% impulsionada por uma subida de 11,7% dos preços dos bens alimentares (ver aqui).

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