No segundo capítulo do livro Economia, Moral e Política, Vitor Bento destaca o carácter inexacto da ciência económica que resulta do grau de autonomia individual dos agentes económicos com uma enorme "diversidade de preferências, motivações e idiossiuncracias" que tornam impossível a representação exacta da realidade social por um qualquer modelo. Acrescentando que mesmo que tal fosse possível o modelo rapidamente ficaria desactualizado dada a dinâmica dessa realidade social e a sua inerente complexidade, que envolve multiplas interacções e não-linearidades.
Neste contexto, a Economia surge como uma ciência aproximada fundada uma base probabilistica que permite identificar grandes tendências comportamentais e com elas teorizar, as quais sendo aproximadas não deixam de ser úteis.
Neste capítulo chama-se ainda a atenção para a dificuldade em testar a veracidade das teorias económicas o que "permite que teorias divergentes ou contraditórias disputem, durante largo tempo, o generalizado reconhecimento, mesmo no mundo académico, sem possibilidade de refutação categóricas"
PS: Este post continua a leitura do livro do Prof. Vitor Bento que iniciamos aqui.
PS2: Curiosamente entre as mensagens deste blog mais vistas dos últimos dias conta-se uma (ver aqui) de Maio de 2009 de que já não me recordava e que, sinceramente, gostei de reler.
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