sábado, 7 de maio de 2011

Desemprego de longa duração

Numa em que uma das principais questões da economia dos EUA é a relativamente fraca criação de emprego e a persistente elevada taxa de desemprego com um elevado peso de desempregados de longa duração (ver aqui)  uma das questões que tem sido bastante discutidas tem sido a da natureza conjuntural ou estrutural do desemprego Prakash Lougani apresentou nesta conferência um artigo (elaborado em conjunto com outros autores) bastante interessante sobre esta questão no qual se conclui que "sectoral shocks (as measured by an index of the cross section variance of stock prices) have a substantial impact on the unemployment rate in a sample that includes the Great Recession of 2007-2009. Further, these shocks become more important as the duration of unemployment increases, a finding that accords with the intuition that such shocks should be associated with longer spells of search, as they cause workers to move across sectors" e que estes choques seriam responsáveis por cerca de metade do aumento do desemprego de longa duração ocorrido neste período. Ñote-se, no entanto, que tal não significa que a maior parte do desemprego total não tenha natureza cíclica e não estrutural (ver página 13 da apresentação da qual ressalta que apenas pouco mais de 20% do aumento da taxa de desemprego total pode ser "explicado" por razões estruturais).

Na mesma conferência foi ainda apresentado um outro artigo muito interessante (ver aqui) onde se conclui que, não obstante o efeito da crise sobre a duração do desemprego ser ligeiramente mais elevadas do que o que seria de esperar dada a experiência observada nas recessões anteriores este aumento da duração do desemprego parece ser devido a "(i) increased labor force attachment among women, as reflected in the patterns for female labor force entrants (...); and (ii) lower unemployment exit rates among the very long-term unemployed (2 years or more)" realaçando-se que "Both of these groups are generally ineligible for extended UI benefits. These findings suggest that there has been little or no change in the behavior of unemployed individuals over the past three decades, including a limited impact of the historically unprecedented extensions of unemployment insurance benefits over the past 3 years". O que indicia que, pelo menos no caso dos EUA, as alterações no período da concessão de prestações por desemprego não teve um efeito significativo sobre a taxa de desemprego.

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