Em contraste com a situação portuguesa, de acordo com as estimativas hoje divulgadas pelo Eurostat (ver aqui), o PIB do conjunto da União Europeia e da zona euro terá aumentado 0,8% face ao trimestre anterior elevando a taxa de variação homóloga para 2,5%, valores para os quais terão contribuído substancialmente os aumentos verificados na Alemanha (+1,5% e +4,8%) e França (+1,0% e +2,2%).
De salientar que dos 20 países da União Europeia relativamente aos quais foram divulgadas estimativas apenas Portugal terá registado uma queda do PIB face ao trimestre anterior (na Grécia verificou-se um aumento de 0,8%) e apenas Portugal e Grécia apresentam variações homólogas negativas (grupo a que se deverá juntar a Irlanda para o qual não são ainda conhecidos dados).
Estes dados vêm confirmar a divergência entre a evolução económica no centro e norte da Europa cujas economias estão a crescer a um ritmo bastante forte (em 11 dos 20 países a taxa de crescimento homologa foi igual ou superior a 2,5% - Estónia: 8,0%, Lituânia: 6,8%, Finlândia: 5,2%, Alemanha: 4,8%, Áustria: 4,0%, Eslováquia: 3,6%, Países Baixos: 3,2%, Letónia: 3,1%, Bélgica: 3,0%, Bulgária e Rep. Checa: 2,5%) o que contrasta com a situação dos países do sul da Europa (e da Irlanda) em que a variação homóloga é negativa (Grécia: -4,8%, Portugal: -0,7%) ou embora positiva bastante fraca (Espanha: 0,8% e Itália: 1,0%).
O que, se preciso fosse, desmente categoricamente as repetidas afirmações segundo as quais a crise portuguesa seria apenas um reflexo e consequência da crise europeia.
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