Comentando um artigo em que Mark Wesisbrot advoga que a Grécia abandone a zona euro, Krugman chama a atenção para dois pontos da maior importância salientando: i) primeiro que a Argentina constitui um paralelo imperfeito pois embora o peso tivesse a sua cotação face ao dólar (supostamente) irrevogavelmente fixa, ainda existiam pesos o que facilitou indiscutivelmentea situação referindo que esse facto pode fazer toda a diferença entre um "breve perído de choque financeiro" uma sitação de "caos financeiro prolongado" e, ii) em segundo lugar, sendo um país relativamente pobre a Grécia tem muito a beneficiar com a sua posição como membro da União Europeia que através dos fundos de coesão que em estabilidade política e económica e, portanto, no médio-longo prazo uma saída do euro seria muito mais prejudicial para a Grécia do que o abandono da convertibilidade entre o peso e o dólar foi para a Argentina.
Complementando este post Krugman salienta ainda noutro post que no caso da Argentina além da desvalorização do peso ocorreu um incumprimento do serviço da dívida e foram impostas restrições temporárias aos levantamentos bancários, referindo que algo semelhante teria forçosamente que suceder no caso da Grécia abandonar o euro, recordando que uma saída do euro implicaria uma crise bancária e um "feriado bancário".
Em suma, um cenário catastrófico que teria necessariamente repercussões sobre o sistema financeiro europeu que tornam a alternativa que referi aqui como uma hipótese relativamente atraente. Resta saber se, quando chegar a altura, será possível reunir as condições políticas para a sua aceitação.
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